Incêndios florestais recorrentes no Campo de Instrução de Formosa, no Distrito Federal, têm chamado a atenção de estudiosos do Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites) da UFAL (Universidade Federal de Alagoas).
A área militar preservada pertence ao Exército, mas está cedida à Marinha pra realizar anualmente a Operação Formosa, um exercício com uso de munição real e integrado entre as Forças Armadas Brasileiras e de outros países do mundo.
Neste ano, a operação aconteceu entre os dias 4 e 17 de setembro e teve a participação de 3 mil militares da Aeronáutica, Marinha e Exército e fuzileiros navais da China e dos Estados Unidos, além de representantes da África do Sul, Argentina, França, Itália, México, Nigéria, Paquistão e República do Congo.
Segundo o professor Humberto Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas, durante todo este mês de setembro estão acontecendo incêndios florestais recorrentes no Campo de Instrução de Formosa. A conclusão vem de imagens diárias de satélites.
“Na pesquisa, as imagens mostram linhas de fogo, não é algo pontual, não é algo considerado normal. São vários incêndios começando ao mesmo tempo, em locais diferentes do Distrito Federal. Claramente, não são incêndios acidentais ou o fogo de uma queimada que se alastrou, são incêndios provocados”.
Para o professor, o mero clima seco não justifica, de maneira isolada, a sequência de incêndios. “A cada dois ou três dias há uma queimada dentro do Parque Nacional de Brasília”.
Segundo Barbosa, também houve fogo dentro da área do 1º Regimento da Cavalaria da Guarda. Esse local também tem registro de desmatamento. “O Distrito Federal está em chamas”.