Diante da chegada de um navio russo transportando 20.000 toneladas de nitrato de amônio, as autoridades norueguesas estão enfrentando uma emergência portuária de grandes proporções. O produto químico, o mesmo que causou a explosão devastadora em Beirute em 2020, colocou as autoridades em alerta máximo após a atracação da embarcação Ruby no porto de Tromsø.
O nitrato de amônio é um composto amplamente utilizado na agricultura como fertilizante, mas também pode se tornar altamente explosivo sob determinadas condições. Sua história trágica inclui o desastre de Beirute, onde 2.750 toneladas mal armazenadas explodiram, matando 218 pessoas e destruindo grandes partes da cidade. Em 2015, em Tianjin, China, outra explosão de nitrato de amônio ceifou 173 vidas. A presença de 20.000 toneladas desse material em um navio com avarias na Noruega é uma preocupação crescente.
Caminho do Ruby até Tromsø e os danos sofridos pelo navio
O navio Ruby, registrado em Malta e operado por uma empresa nos Emirados Árabes Unidos, partiu do porto de Kandalaksha, no norte da Rússia, no dia 22 de agosto. Carregando nitrato de amônio com destino ao norte da África, a embarcação sofreu danos consideráveis no casco, hélice e leme durante sua jornada. Acredita-se que o navio tenha encalhado em algum momento antes de buscar refúgio nas águas norueguesas.
Em 25 de agosto, o Ruby entrou na zona econômica norueguesa, navegando próximo à fronteira territorial de 12 milhas, ao redor de Hammerfest. No dia seguinte, a embarcação seguiu para Tromsø, onde solicitou abrigo devido a condições meteorológicas adversas. Em 1º de setembro, o navio ancorou no porto de Tromsø, após as Forças Armadas norueguesas recomendarem a posição.
No entanto, o que inicialmente parecia uma operação de rotina se transformou em uma crise quando as autoridades norueguesas descobriram a carga perigosa a bordo. Uma inspeção do estado do navio revelou danos significativos no casco, levando à preocupação de que as 20.000 toneladas de nitrato de amônio poderiam se tornar instáveis.
Resposta das autoridades norueguesas
A polícia de Tromsø descreveu a situação como indesejável, mas afirmou que a operação para mover o navio para um local mais seguro seria realizada de forma completamente normal. As autoridades norueguesas, incluindo a Direção Marítima e a Direção de Segurança Social e Preparação para Emergências, estão coordenando esforços para garantir a segurança do porto e da cidade, que tem aproximadamente 40.000 habitantes, além de ser um destino turístico popular.
O Navio Ruby permanece atracado no centro da cidade, mas as autoridades planejam rebocá-lo para uma área menos povoada o quanto antes. Além disso, foi ordenado que o navio passasse por reparos temporários antes de ser movido para um estaleiro onde poderá concluir os trabalhos necessários. As autoridades estão considerando várias localizações seguras para ancorar o navio, longe da população e do tráfego turístico.
Complexidade das operações marítimas envolvendo substâncias perigosas
A situação, embora crítica, está sendo tratada com cautela e profissionalismo pelas autoridades norueguesas, que trabalham para minimizar os riscos à segurança pública enquanto lidam com o delicado problema da carga explosiva. Este incidente ressalta a complexidade das operações marítimas envolvendo substâncias perigosas e os riscos que essas cargas podem representar quando os navios sofrem danos estruturais durante suas viagens.