O Kremlin informou que Serguéi Shoigú, agora secretário do Conselho de Segurança, manteve um “importante intercâmbio de opiniões” com o ditador sobre assuntos da agenda bilateral e internacional. O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Serguéi Shoigú, visitou Pyongyang nesta sexta-feira e se reuniu com o líder do país, Kim Jong-un, informou o organismo russo em seu site oficial. militar
“Como parte do diálogo estratégico entre nossos países, ocorreu um importante intercâmbio de opiniões com nossos colegas coreanos sobre um amplo espectro de questões da agenda bilateral e internacional”, afirma o comunicado.
De acordo com o Conselho de Segurança, as consultas realizadas na capital norte-coreana por Shoigú, que foi ministro da Defesa da Rússia até maio passado, ocorreram no âmbito dos acordos alcançados durante a visita de Estado que o presidente russo, Vladimir Putin, fez a Pyongyang em junho passado.
Suministro de armamento militar da Coreia do Norte para a Rússia
Desde o início da guerra, Shoigú viajou em mais de uma ocasião à Coreia do Norte para discutir, segundo a imprensa, o fornecimento de armamentos norte-coreanos ao exército russo. O regime norte-coreano tem sido, desde o início da campanha militar russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, um dos governos que mais apoio demonstrou a Moscou.
De acordo com a inteligência sul-coreana, Pyongyang forneceu a Moscou vários milhões de projéteis de artilharia, bem como mísseis balísticos de curto alcance, que já teriam sido utilizados na Ucrânia. A crescente dependência de Moscou desses fornecimentos destaca o impacto das sanções ocidentais sobre a capacidade de produção militar da Rússia.
Sanções internacionais e o papel do Irã e da China
Os Estados Unidos anunciaram esta semana uma nova rodada de sanções contra o Irã, por seu fornecimento de mísseis balísticos a Moscou. O Irã, junto com a Coreia do Norte e a China, formam um trio de aliados estratégicos da Rússia que forneceram apoio militar desde o início do conflito na Ucrânia. O apoio contínuo da China também é digno de nota.
O presidente chinês, Xi Jinping, viajará à Rússia em outubro para participar da cúpula dos BRICS, o bloco de economias emergentes que inclui Brasil, Índia e África do Sul. Esta será a sua segunda visita a Vladimir Putin desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. A crescente aproximação entre China e Rússia reflete o interesse comum de ambos os países em enfraquecer a influência ocidental.
Impacto da aliança Rússia-Coreia do Norte
A aliança entre Rússia e Coreia do Norte não é apenas militar, mas também tem implicações geopolíticas significativas. A Coreia do Norte, que enfrenta sanções internacionais severas por seu programa de armas nucleares, encontrou na Rússia um aliado capaz de fornecer apoio econômico e político. Pyongyang, por sua vez, ajuda a Rússia a contornar as sanções e a continuar sua ofensiva na Ucrânia.
Desde o início da guerra, o vínculo entre Xi e Putin se estreitou devido às sanções e restrições impostas pelo Ocidente a seus mercados e economias, especialmente em relação a Moscou, por sua agressão injustificada ao país vizinho. Embora Pequim alegue manter uma posição neutra no conflito, na realidade, tornou-se um dos principais fornecedores de armamentos para a Rússia, juntamente com o Irã, e apoia as ações russas frente às supostas ameaças dos aliados ocidentais.
De acordo com fontes confiáveis, como o “Instituto para o Estudo da Guerra”, a aliança militar entre a Rússia e a Coreia do Norte está se intensificando. Especialistas acreditam que Pyongyang pode usar essa parceria para testar novas tecnologias bélicas em um conflito real, enquanto a Rússia se beneficia de um fluxo constante de munições e armas que são críticas para manter suas operações no leste da Ucrânia.
Além disso, a China, embora oficialmente neutra, desempenha um papel crucial no fornecimento de componentes que são fundamentais para a indústria militar russa, o que fortalece ainda mais o eixo Pequim-Moscou-Pyongyang, preocupando as potências ocidentais que veem essa aliança como uma ameaça crescente à segurança global.