O afundamento do porta-aviões britânico HMS Courageous em 17 de setembro de 1939 marcou um momento decisivo e trágico na história naval da Segunda Guerra Mundial. Alvo do submarino alemão U-29, o Courageous tornou-se o primeiro porta-aviões do mundo a ser destruído em combate, resultando na morte de mais de 500 marinheiros. Esse evento destacou a crescente ameaça dos submarinos alemães e revelou a vulnerabilidade das embarcações mais poderosas da Marinha Real frente à guerra submarina.
Originalmente projetado como um cruzador de batalha, o HMS Courageous foi lançado ao mar em 26 de março de 1915 e entrou em serviço em 1916, participando de importantes batalhas na Primeira Guerra Mundial, como a Segunda Batalha de Heligoland Bight. No entanto, após o conflito, o navio foi desativado devido às restrições impostas pelo Tratado Naval de Washington de 1922.
Transformação impressionante do HMS courageous de Cruzador a Porta-Aviões Moderno
Mesmo com essas limitações, o Courageous encontrou uma nova vida quando foi transformado em porta-aviões entre 1924 e 1928, com um custo estimado em £2.025.800. A conversão foi impressionante, permitindo que ele transportasse até 48 aeronaves, um feito notável para a época, especialmente em comparação com seu navio-irmão, o HMS Furious, que transportava 36 aeronaves. O projeto do navio da Marinha Real passou por grandes mudanças, incluindo a adição de um hangar de dois andares e um convés de decolagem curto, tornando-o um dos navios mais avançados de seu tempo.
Marinha Real e a importância estratégica do HMS Courageous nas patrulhas anti submarinas
Com o início da Segunda Guerra Mundial, o HMS Courageous da Marinha Real assumiu um papel fundamental nas operações da Home Fleet. Armado com esquadrões de biplanos Fairey Swordfish, o navio foi destacado para missões de patrulha anti submarina, atuando como parte dos grupos de caçadores-assassinos da Marinha Real. Esses grupos tinham a missão de localizar e destruir U-boats alemães, que estavam afundando navios aliados em uma campanha implacável.
Poucos dias após o início oficial da guerra, em 3 de setembro de 1939, o HMS Courageous partiu de Plymouth para patrulhar as Western Approaches, uma área vital para proteger a navegação aliada. No entanto, em 17 de setembro, o navio da Marinha Real encontrou seu destino trágico. Durante uma patrulha na costa da Irlanda, dois de seus contratorpedeiros de escolta foram chamados para ajudar um navio mercante, deixando o porta-aviões vulnerável. O U-29, que seguia o navio há mais de uma hora, aproveitou a oportunidade e lançou três torpedos, afundando o Courageous em 20 minutos.
Impacto estratégico para a Marinha Real após a perda do porta -aviões
A perda do HMS Courageous foi devastadora, não apenas em termos de vidas humanas – com 519 tripulantes mortos – mas também como um golpe estratégico para a Marinha Real. Esse foi o primeiro grande navio de guerra britânico perdido para as forças alemãs, levando a Marinha a reavaliar suas táticas e retirar os porta-aviões das patrulhas anti submarinas. Por outro lado, o sucesso alemão foi celebrado como uma vitória significativa na campanha submarina.
O comodoro Karl Dönitz, comandante da força submarina alemã, descreveu o naufrágio do Courageous como um sucesso maravilhoso, e o comandante Otto Schuhart foi condecorado com a Cruz de Ferro de Primeira Classe. A tripulação do U-29 também recebeu honrarias, solidificando o impacto desse ataque nas primeiras etapas da guerra