Nesta quinta-feira, 26 de setembro, a Polícia Federal realizou a Operação Rapax em quatro estados do Brasil. A ação foi em combate ao tráfico de mulheres e lavagem de dinheiro. O grupo trabalhava aliciando mulheres brasileiras e recrutando-as para exploração sexual na Europa. A atuação identificou que o grupo com atuação no Brasil tinha ligação com países europeus, como Croácia e Bélgica. Vale lembrar que, para o sucesso da operação, a Polícia Federal contou com a colaboração das polícias dos países e também da Europol.
No que se refere ao tráfico de pessoas, Marina Bernardes, coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, destacou a complexidade do crime, que atua diretamente na vulnerabilidade da vítima por meio da enganação e do abuso. Pelo fato do crime ser transnacional, há cooperação de outras polícias; contudo, Marina pontua que esta situação também é um fator que envolve violência de gênero, já que foi identificado na operação que as mulheres e meninas são as mais vulneráveis no que se refere à exploração sexual.
Detalhes da operação da Polícia Federal
Além de Goiás, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, também foram alvo da operação. Sobre as investigações, a Polícia Federal informa que o material apreendido será fruto de investigação para identificar maiores detalhes da organização criminosa. A operação também identificou crimes de lavagem de dinheiro; ao todo, R$ 26 milhões foram bloqueados das contas dos investigados, que atuavam também com empresas de fachada e uso de criptomoedas.
De acordo com o Portal do Governo Federal, por meio de uma cartilha sobre o tráfico de pessoas, a ação tem como função alguns pontos além da exploração sexual. Os objetivos também são ampliados para casamento forçado, servidão por dívidas, exploração da força de trabalho e adoção ilegal. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o tráfico de pessoas não se configura apenas em caráter internacional; o crime também age internamente, quando a pessoa é levada para outra localidade do país.
Além disso, o consentimento da vítima não exclui o crime, já que a pessoa entra em situação de vulnerabilidade; sendo assim, o conhecimento da vítima é irrelevante neste caso. Como mencionado, as mulheres são as maiores vítimas do tráfico de pessoas; a explicação deve-se ao fato de alguns fatores de vulnerabilidade, como violência doméstica, pobreza e falta de documento de identidade civil, por exemplo.
Como pedir ajuda?
Alguns órgãos são capacitados para prestar assistência nesses casos. Caso a situação aconteça no Brasil, os órgãos que poderão ser acionados são:
- Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM);
- Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CEAM);
- Casa da Mulher Brasileira;
- Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública;
- Promotoria Especializada ou Núcleo de Defesa da Mulher do Ministério Público;
- Posto de Atendimento Humanizado ao Migrante;
- Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas;
Em caso de crimes internacionais, as vítimas podem acionar os seguintes órgãos:
- Consulados do Brasil no exterior;
- Polícia local.
Atuação da Polícia Federal no desvio de recursos
A PF anunciou nesta quinta-feira uma operação no sul da Bahia em combate aos desvios de recursos públicos. A operação Barganha atuou no município de Ilhéus e nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista. Foram 17 mandados de busca e apreensão. Os contratos investigados envolvem valores superiores a 45 milhões. Os desvios de recursos públicos foram nas áreas da saúde, educação e limpeza urbana.