Nos últimos dias, diversos veículos de imprensa começaram a sugerir que “aves incendiárias” poderiam ser responsáveis por incêndios florestais no Brasil.
Relatos de tais aves, que teriam a capacidade de espalhar chamas ao carregar gravetos em chamas para novas áreas, trouxeram à tona discussões curiosas. Embora a teoria tenha base científica em relação a algumas espécies na Austrália, onde foi registrada em 2017, a aplicação dessa ideia ao cenário brasileiro, onde as queimadas são predominantemente provocadas por ações humanas, soa no mínimo improvável.
Ignorando a causa principal das queimadas: atividades humanas
Embora o fenômeno das aves incendiárias seja intrigante, focar nessa ideia no contexto brasileiro desvia a atenção do verdadeiro problema. As queimadas no Brasil são majoritariamente causadas por atividades humanas. Essas atividades incluem desde grilagem a desmatamento criminoso, ambos visando liberar áreas para a pecuária e agricultura.
O problema se torna mais grave especialmente pela sensação de impunidade no país. Colocar a culpa em aves, portanto, é uma forma de minimizar a gravidade dos crimes ambientais cometidos no Brasil, ignorando a responsabilidade humana, incluindo autoridades policiais e políticas.
Vários veículos de imprensa noticiaram o fenômeno, o que chamou a atenção especialmente dos internautas, que manifestaram indignação com relação às matérias.
A reação dos internautas
A teoria de aves incendiárias provocou reações diversas nas redes sociais, com muitos internautas expressando ceticismo. Alguns consideram a ideia fascinante, mas irrelevante para o Brasil, enquanto outros a veem como uma distração conveniente que tira o foco dos responsáveis pelas queimadas.
Esse debate ilustra a curiosidade gerada por explicações inusitadas, mas também a percepção de que questões ambientais graves estão sendo mal interpretadas ou tratadas com superficialidade