As rações operacionais estão entre as principais dúvidas existentes entre pessoas que querem participar das Forças Armadas, aposentados ou simplesmente simpatizantes do conteúdo. Os alimentos ainda são enlatados? E qual é o motivo de os doces participarem da nutrição operacional dos militares? Pois bem, antes de mais nada, é importante pontuar que a dieta dos militares é composta por três tipos de alimentos: desidratados por congelamento, desidratados por evaporação e termoprocessados, sendo o macarrão instantâneo o alimento mais utilizado.
A dieta é baseada em alimentos fáceis de manusear e que possibilitam o consumo independente do local em que estejam. Como forma de esterilizar a embalagem e finalizar a preparação, a autoclave é o principal método. É bom lembrar também que nem sempre é preciso comer o alimento frio. Com o aumento da tecnologia e, consequentemente, das técnicas operacionais, o militar tem a possibilidade de aquecer o próprio alimento com o kit de aquecimento que vem na própria embalagem. Além disso, os doces também estão inclusos nas rações operacionais.
Aumento de calorias das rações operacionais
O principal motivo para permissibilidade dos doces é o intuito de ampliar a quantidade de calorias ingeridas por um militar, que deve ser superior à de um homem sedentário, por exemplo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a quantidade de calorias que deve ser ingerida está entre 2 mil e 2.500 calorias; no entanto, os militares precisam consumir até 3.600 calorias para atender às suas necessidades energéticas. Entre os doces mais consumidos estão rapaduras, brigadeiro, goma de mascar e barras de cereais. Contudo, outros doces também são frequentemente ingeridos, como leite condensado.
O motivo principal é que o açúcar age como conservante e aumenta a durabilidade do produto, que ficou conhecido e utilizado pela categoria desde a Guerra Civil Americana. Muitos desses consumos atuais derivam das guerras anteriores, como a Segunda Guerra Mundial, em que os confetes coloridos foram amplamente utilizados pelos militares por dois fatores: facilidade de consumo e transporte.
Tipos de Rações Operacionais
As rações operacionais são confeccionadas de acordo com a necessidade do consumo e o tempo da operação. Além disso, as opções de cardápio diferenciam-se dependendo da Força: para a Aeronáutica são 6 opções, para o Exército são 10 e para a Marinha são 5 opções de ração. A embalagem para seis horas é aquela que conta apenas com uma refeição, enquanto a de 24 horas oferece um total de quatro refeições: café da manhã, almoço, jantar e ceia.
Há também a dieta para 12 horas, que conta com duas refeições de caráter sucessivo: almoço e café da manhã ou jantar e ceia. As rações militares são produzidas por empresas terceirizadas, tendo a Cellier como principal fornecedora. Vale lembrar que a empresa tem sede em Campinas, São Paulo. A goma de mascar também é utilizada nas rações operacionais e tem como estratégia para minimizar o estresse e ajudar na higiene bucal dos militares. Além disso, a Aeronáutica utiliza a goma para minimizar o incômodo dos ouvidos e equilibrar a pressão auditiva, impedindo a dor.
Alimentos com larva
Em agosto deste ano, um jovem militar da FAB fez uma denúncia em formato de vídeo em que denunciava a presença de larvas nas refeições servidas na base aérea de Natal. Durante as declarações, o jovem citou a discrepância existente entre os alimentos recebidos pelos praças e os que eram consumidos por militares de alta patente. Contudo, em nota, a FAB negou contaminação e afirmou que após investigação não encontrou nenhuma irregularidade na base denunciada.