Nesta segunda-feira, 2 de setembro, a justiça venezuelana atendeu ao pedido do Ministério Público, diretamente controlado por Maduro, emitindo um mandado de prisão contra Edmundo González. Segundo as autoridades, o líder da oposição ignorou intimações judiciais para prestar depoimento, alegando que temia ser preso injustamente pela ditadura. As investigações envolvem supostos crimes, incluindo usurpação de funções da autoridade eleitoral.
As eleições, realizadas em 28 de julho, são alvo de polêmica. Documentos obtidos pela oposição, liderada por Maria Corina Machado, indicam que Edmundo González venceu o pleito com ampla margem de votos. Contudo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, se recusou a divulgar os resultados, e o Supremo Tribunal venezuelano colocou os registros eleitorais em sigilo.
A oposição, no entanto, conseguiu acessar 81% das atas, digitalizando e disponibilizando esses dados para consulta pública. Essas atas confirmam a vitória de González, mas o regime argumenta que a divulgação foi ilegal, acusando a oposição de violar prerrogativas do CNE. Além disso, Edmundo González é acusado de fomentar distúrbios sociais e de formar grupos armados com o objetivo de desestabilizar o país.
Especialistas já consideravam a prisão de González inevitável, devido à escalada repressiva da ditadura chavista. A perseguição a líderes opositores é uma marca do governo de Maduro, que já afastou figuras importantes, como Maria Corina Machado, e consolidou seu poder eliminando qualquer possibilidade de concorrência legítima. A fraude eleitoral na Venezuela é descrita como uma das mais descaradas da história recente da América Latina.
Esse tipo de fraude é comum em regimes autoritários, como os de Vladimir Putin, na Rússia, e Alexander Lukashenko, em Belarus, que utilizam meios para eliminar qualquer ameaça política. No entanto, a resistência interna liderada por Maria Corina Machado conseguiu unir a oposição em torno de Edmundo González, frustrando as tentativas de Maduro de afastá-lo da corrida eleitoral.
Após a derrota clara nas urnas, Maduro iniciou uma série de manobras para invalidar o processo, incluindo acusações absurdas, como a de que hackers liderados por Elon Musk teriam interferido no sistema eleitoral venezuelano. As ações do regime incluem a prisão de mais de 2.000 opositores e o controle absoluto sobre as instituições judiciais e eleitorais.
Enquanto muitos países, incluindo o Brasil, condenaram o processo eleitoral na Venezuela, poucos tomaram medidas concretas para pressionar o governo de Maduro. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de não reconhecer a vitória de Maduro, também não reconheceu oficialmente a fraude, limitando-se a pedir a divulgação das atas eleitorais.
O silêncio internacional e a falta de ação efetiva favorecem a consolidação do poder de Nicolás Maduro. Com o tempo, a repressão contínua e o controle sobre as instituições venezuelanas garantem a perpetuação de mais uma ditadura de esquerda na América Latina.
Com informações de: Hoje no mundo militar