Quem nunca sonhou em ver de perto como seria uma batalha aérea entre superpotências? A mídia especializada The Warzone trouxe à tona uma questão que vem ganhando destaque no cenário militar mundial: como os caças dos EUA, apoiados por drones, enfrentariam os jatos chineses em um possível combate no futuro? A Collins Aerospace, uma divisão da Raytheon Technologies, ofereceu um vislumbre desse confronto em um vídeo gerado por computador, mostrando como a interação entre caças tripulados e drones autônomos poderá ocorrer.
O vídeo destaca os avanços tecnológicos que estão sendo desenvolvidos para o programa de Aeronaves de Combate Colaborativas (CCA), que está em fase de desenvolvimento pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, tanto pela Força Aérea quanto pela Marinha.
A guerra do futuro: caças e drones lado a lado
O vídeo divulgado pela Collins Aerospace apresenta um cenário futurista de combate aéreo, onde caças tripulados dos EUA, como o F-15E Strike Eagle, o F/A-18F Super Hornet e o F-35 Joint Strike Fighter, trabalham junto com drones conhecidos como Aeronaves de Combate Colaborativa (CCA). Esses drones, por sua vez, são lançados de pistas de pouso e porta-aviões em locais estratégicos e atuam de maneira semiautônoma.
O objetivo? Expandir as capacidades de detecção e ataque sem expor os pilotos ao perigo direto.
Dois tipos principais de drones são destacados no vídeo: um semelhante ao XQ-58 Valkyrie da Kratos e outro com características do Fury, da Anduril. Ambos os projetos fazem parte do desenvolvimento da Força Aérea dos EUA para tornar os drones uma peça-chave nas futuras operações aéreas.
Como caças e drones operam juntos
No vídeo, os caças americanos aparecem equipados com sensores infravermelhos de busca e rastreamento, que funcionam de maneira passiva, o que significa que eles podem rastrear ameaças sem serem detectados. Os drones, por sua vez, usam seus próprios sensores para coletar informações e enviá-las para os caças.
O benefício dessa colaboração é claro: os drones conseguem “ver” mais longe e transmitir dados em tempo real, enquanto os caças podem operar com seus sensores desligados, evitando chamar a atenção do inimigo.
A interação entre humanos e máquinas é facilitada por uma interface touchscreen. O vídeo mostra pilotos controlando vários drones ao mesmo tempo, dando ordens para que eles executem missões predefinidas como patrulhas aéreas ou contra-ataques defensivos.
Um ponto de destaque no vídeo é como os operadores dos drones podem transferir o controle dos CCAs para outras aeronaves ou até para navios e forças terrestres, criando uma rede de controle dinâmico.
Caças versus jatos chineses
Em uma das cenas mais impactantes, os drones e caças americanos se deparam com uma formação de jatos chineses, incluindo o furtivo J-20 e variantes do Flanker. O vídeo simula como esses drones poderiam detectar e rastrear ameaças de maneira colaborativa, construindo uma imagem clara do campo de batalha.
Os drones também são capazes de lançar mísseis sem que haja uma autorização direta de um piloto, o que levanta questões importantes sobre o papel da autonomia em conflitos futuros.
Embora o vídeo seja apenas uma simulação, ele oferece um vislumbre realista do que poderia acontecer em um combate aéreo entre as forças armadas dos EUA e da China. Um dos pontos levantados por oficiais militares dos EUA, e reiterado no vídeo, é que “um operador humano sempre estará no comando quando se tratar de usar força letal”. Isso garante que, apesar do avanço da tecnologia, a tomada de decisão final ainda estará nas mãos de humanos.
A importância estratégica dos drones
Um dos aspectos mais interessantes do conceito apresentado é a flexibilidade que os drones trariam ao campo de batalha. Além de estenderem o alcance dos sensores dos caças tripulados, eles podem ser mantidos em “armazenamento voável”, ou seja, em prontidão para serem usados apenas quando necessário. Isso permitiria que as forças armadas dos EUA economizassem recursos com manutenção e aumentassem o número de drones disponíveis para operações.
O general Kenneth Wilsbach, chefe do Comando de Combate Aéreo, destacou o valor dessa estratégia: “A Força Aérea falou sobre potencialmente ter até 1.000 desses CCAs para usar em uma contingência. Isso criaria muitos dilemas para quem pensar em entrar em uma luta conosco“. Essa quantidade de drones, combinada com caças tripulados, seria um verdadeiro pesadelo estratégico para qualquer inimigo.
Desafios e questões em aberto
Apesar da visão otimista, ainda há muitas perguntas sem resposta. A Força Aérea e a Marinha dos EUA estão desenvolvendo soluções para controlar essas aeronaves não tripuladas de maneira eficiente e segura. John Clark, da Lockheed Martin, reconheceu que o uso de tablets ou interfaces touch para controlar drones é uma solução prática no curto prazo, mas não é considerada o “estado final” do projeto.
Além disso, há o desafio de desenvolver a autonomia necessária para que os drones realizem missões complexas sem a supervisão direta de um humano. Embora as capacidades autônomas estejam avançando, Andrew Hunter, Secretário Assistente da Força Aérea, alertou que “ainda há muito a ser feito”. Ele acrescentou que “nossa capacidade de criar sistemas autônomos que podem operar bem ainda está amadurecendo”.
Assista ao vídeo abaixo: