A remuneração proporcional dos vigilantes no Brasil é considerada baixa pela categoria. Profissionais olham com bons olhos a possível mudança na denominação da profissão para agente de segurança privada, mas apontam o salário como questão mais importante no momento. No Estado do Rio de Janeiro, a título de ilustração, um vigilante recebe em média, segundo a última negociação do sindicato da categoria, o valor de 2.3 mil reais.
O mesmo projeto de lei que propõe a mudança na denominação da profissão para agente de segurança privada propõe um piso salarial de 3.2 mil para a categoria. Entretanto, o projeto, que foi apresentado em 23 de setembro de 2024 pela deputada Rosângela Reis (PL-MG), ainda está em processo inicial de tramitação na Câmara dos Deputados
A linha de frente
O vigilante é normalmente a linha de frente na execução de qualquer projeto que envolva tanto a proteção de bens como a proteção de pessoas, em eventos, shoppings etc. É ele que faz o serviço tanto de enfrentamento como de dissuasão contra todos os possíveis tipos de criminosos e – obviamente – é visto pelos meliantes como um inimigo em potencial e a isso se soma o risco de portar uma arma, ao mesmo tempo fator de atração e de ameaça em potencial para os meliantes.
Outra questão relevante apontada é o fato do salário muito baixo praticamente obrigar os profissionais a residir na periferia e – normalmente em locais perigosos e com alto fluxo de meliantes – o que os obriga a manter a profissão em segredo, para evitar o assédio e até ameaças.
Dois empregos para garantir boa renda
Sobre o salário, um vigilante postou um comentário relevante no portal da Câmara dos Deputados: “…hoje as empresas não dão o valor que nós merecemos com baixos salários matérias sucateados e salário defazado,por causa disso o vigilante tem que ter dois empregos para manter a família isso aí é um absurdo…”
A título de comparação, a Câmara dos Deputados aprovou recentemente o piso salarial para a profissão de Gari em todo o país. O valor estipulado ficou em 2.8 mil reais e o Gari que trabalhar na coleta de resíduos ou na conservação de vias públicas terá um adicional de 40% sobre o salário-base.