Na última terça-feira, a Coreia do Norte chocou o mundo ao detonar partes de duas importantes rodovias que conectam o país à Coreia do Sul. O fato intensificou ainda mais as já tensas relações entre as nações.
Anteriormente a este ato de hostilidade, houve um aviso de Pyongyang, que afirmou que cortaria completamente os laços com seu vizinho do Sul.
As autoridades sul-coreanas relataram que a explosão ocorreu em torno das 12h, horário local, afetando a linha Gyeongui, na costa oeste, e a linha Donghae, na costa leste. Essas estradas não apenas servem como rotas de transporte, mas simbolizam a conexão entre os dois países que estão divididos desde a Guerra da Coreia, em 1953. Embora as estradas não recebam tráfego há anos, a destruição delas representa um sinal claro de que as tensões estão longe de se resolverem.
Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul capturou o momento das explosões. O vídeo mostra nuvens de fumaça se elevando sobre o território norte-coreano. Após as explosões, maquinários pesados, como escavadeiras e caminhões, aparecem trabalhando nas estradas. O maquinário indica que a Coreia do Norte estaria realizando “trabalhos adicionais” na região, embora o Exército Popular da Coreia (KPA) não tenha fornecido mais detalhes.
Resposta do Sul
Em resposta a esse ato provocativo, as forças armadas sul-coreanas dispararam tiros em direção à zona desmilitarizada (DMZ). Além disso, intensificaram a vigilância dos movimentos militares norte-coreanos. De acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, a situação está sob “total prontidão” em coordenação com os Estados Unidos.
Anteriormente, Pyongyang acusou Seul de realizar voos de drones sobre sua capital, e prometeu retaliações. Este ciclo de provocações e ameaças aumenta sobretudo a preocupação de que a situação possa escalar rapidamente.
A escalada das tensões é atribuída à mudança de postura de Kim Jong Un, que recentemente abandonou a busca pela reunificação pacífica com o Sul. De acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA em 9 de outubro, o Exército Popular da Coreia advertiu que as rotas de transporte que ligam o Norte ao Sul seriam completamente eliminadas, destacando a gravidade da situação militar na península.
De acordo com a agência KCNA, “a grave situação militar que prevalece na península coreana exige que as forças armadas da RPDC tomem medidas mais resolutas e fortes para defender de forma mais credível a segurança nacional,” referindo-se à Coreia do Norte pelo seu nome oficial.
Uma atmosfera de ameaça
A explosão das estradas é mais do que um ato simbólico; representa um ponto de não retorno nas relações já bastante ruins entre as duas Coreias. A comunidade internacional observa com preocupação, temendo que essa escalada de hostilidade possa levar a um conflito aberto na península coreana. O futuro das relações entre o Norte e o Sul permanece incerto.