O Brasil condenou veementemente a invasão feita neste domingo, 13 de outubro, da base da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Líbano feita pelas forças armadas de Israel.
Na ocasião, 2 tanques destruíram o portão principal e invadiram a base, ferindo 5 integrantes da missão de paz.
Em nota divulgada em seu portal oficial, o governo brasileiro afirmou que “ataques deliberados contra integrantes de missões de manutenção da paz e instalações da ONU são absolutamente inaceitáveis e constituem grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.
“O governo brasileiro também deplora manifestação do governo israelense, na qual apela pela retirada da UNIFIL do sul do Líbano. A missão de paz foi estabelecida em 1978 pelo Conselho de Segurança e atua desde então na manutenção da paz e da segurança no sul do Líbano. A missão apoia o governo do Líbano na restauração de sua autoridade na área; facilita o retorno de civis deslocados; presta assistência humanitária; e busca garantir que a área não seja usada por grupos armados”.
Por fim, o governo brasileiro reiterou a necessidade urgente de “cessação das hostilidades”.
Fala de Múcio sobre questões ideológicas no caso da compra de obuseiros de ISrael
Recentemente, o governo protagonizou uma treta envolvendo Israel. Em discurso durante evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) no dia 8 de outubro, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou que a diplomacia do governo tem atrapalhado negociações das Forças Armadas. Múcio se referia à licitação do Exército vencida pela empresa Elbit Systems, de Israel, para a compra de 36 obuseiros.
Apesar do resultado ter sido anunciado em abril, o presidente Lula decidiu suspender a assinatura do contrato como forma de pressão a Israel, que segue avançando contra países do Oriente Médio como Líbano e Síria.
“A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar”.
Segundo integrantes do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha de São Paulo, a declaração de Múcio gerou constrangimento no governo. Entretanto, Lula teria conversado por telefone no dia 10 com Múcio e o tom teria sido amigável. Essa também não é a primeira vez que Múcio critica o governo. Em setembro, em entrevista à própria Folha de São Paulo, o ministro afirmou que as pessoas contra a compra têm motivações políticas e ideológicas. “Eu estou defendendo o Exército e que a gente tenha oportunidade de dotar o Exército Brasileiro de equipamentos mais modernos”.