Na terça-feira, uma cena impressionante foi capturada pelo fotógrafo Bilal Hussein, da Associated Press (AP), que documentou o exato momento em que uma bomba guiada por militares SPICE 2000, lançada com precisão por um jato da Força Aérea Israelense ( IAF), atingiu um prédio no setor sul de Beirute, no Líbano. O edifício, considerado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) como um centro estratégico de operações do Hezbollah, organização paramilitar libanesa reforçada e financiada pelo Irã, foi totalmente destruído pela explosão.
A Força Aérea de Israel emitiu um alerta prévio em árabe, solicitando que civis evacuassem o local antes do ataque, uma prática que visa minimizar as baixas entre os residentes. Mesmo assim, o ataque ressalta a complexidade e a intensidade da escalada militar na região, onde o Hezbollah e Israel trocam ataques frequentes em um conflito que ameaça se expandir ainda mais.
O momento do impacto: Ataque planejado com precisão da Força Aérea Israelense
Posicionado estrategicamente para registrar a ação, Bilal Hussein se protegeu atrás de uma árvore, capturando com sua câmera o momento em que uma bomba “implodia” o prédio. “Ouvi o som do míssil se aproximando e então comecei a filmar”, relatou o fotógrafo. Antes da explosão final, dois ataques menores foram realizados, uma prática conhecida como “batida no telhado”, usada para alertar e minimizar danos aos cidadãos. Essa tática foi observada em outras operações da IAF, especialmente em Gaza.
O ataque da Força Aérea Israelense em Beirute é um reflexo da escalada das hostilidades entre Israel e o Hezbollah, com potencial de ampliar o conflito para toda a região do Oriente Médio.
A escalada dos conflitos no Oriente Médio: Entenda as motivações e consequências
O Oriente Médio vive uma nova fase de tensão desde o ataque com mísseis do Irã a Israel em 1º de outubro, o que desencadeou uma resposta militar de ambos os lados. Hoje, o conflito regional opõe Israel, com apoio dos Estados Unidos, e o chamado “Eixo da Resistência”, apoiado financeira e militarmente pelo Irã. Esse bloco inclui grupos paramilitares como o Hezbollah no Líbano, o Hamas na Faixa de Gaza, além de outras organizações militantes em locais como Síria, Iraque, Iêmen e Cisjordânia.
Atualmente, Israel atua em sete frentes de conflito: mantém tropas no Líbano, Cisjordânia e Gaza, enquanto lança bombardeios em muitas regiões, onde enfrenta milícias e grupos que também recebem apoio do Irã. Em 30 de setembro, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma “operação terrestre limitada” no Líbano, que foi precedida por um ataque ao quartel-geral do Hezbollah em Beirute. Esse ataque resultou na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, além de outros membros da alta escalação do grupo.
Implicações militar para civis e ação do Brasil para repatriar cidadãos
No contexto de violência crescente, o Líbano experimentou um dos dias mais mortais desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais em ataques israelenses, incluindo dois adolescentes brasileiros. O governo brasileiro, em resposta, condenou os ataques e anunciou uma operação de repatriação de cidadãos no Líbano.
Na Cisjordânia, Forças Aéreas israelenses tentaram desmantelar grupos que se opunham à ocupação do território palestino. Já na Faixa de Gaza, o alvo principal das operações é o Hamas, especialmente após o ataque coordenado em 7 de outubro, que deixou mais de 1.200 israelenses mortos. De acordo com dados locais, mais de 40 milhões de palestinos foram mortos desde o início das operações em Israel. Em 16 de outubro, o líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto em um ataque israelense na cidade de Rafah.
O cenário no Oriente Médio continua tenso, com Israel e Irã trocando ameaças enquanto novos deslocamentos de tropas e ataques intensificam o clima de guerra iminente.