A Rússia tem investido significativamente em sua Marinha nos últimos anos, e um dos maiores símbolos desse esforço é a fragata Almirante Gorshkov, equipada com a mais avançada tecnologia militar e mísseis hipersônicos como o Zircon, arma que, segundo o governo russo, não encontra defesa possível no arsenal ocidental. Neste artigo, vamos explorar as capacidades dessa fragata e o que ela representa no contexto geopolítico atual.
Uma nova geração de fragatas da Marinha da Rússia
A Almirante Gorshkov é parte de uma nova classe de fragatas que a Rússia começou a construir em 2006, com foco em missões de ataque a alvos distantes. Comissionada em 2018, a fragata tem 5.500 toneladas de deslocamento e 135 metros de comprimento, características que a colocam entre os navios mais modernos da frota russa.
Capaz de atingir velocidades de até 30 nós (aproximadamente 55 km/h), a fragata tem uma autonomia de quase 9.000 km a uma velocidade constante de 14 nós, permitindo-lhe realizar operações prolongadas sem necessidade de reabastecimento frequente.
Sistema avançado de sensores
Um dos pontos fortes da Almirante Gorshkov é sua avançada capacidade de detecção e controle de combate. Equipado com três tipos de radares, dois sonares e sistemas eletro-ópticos, o navio é capaz de adquirir alvos aéreos e de superfície com alta precisão. Tudo isso é gerenciado pelo Sigma 22350, o mais avançado sistema integrado de combate da Rússia.
Esses sensores não apenas proporcionam uma visão abrangente do campo de batalha, mas também aumentam a eficiência do armamento da fragata, que é impressionante até para os padrões modernos.
O poder dos mísseis hipersônicos
A característica mais temida da Almirante Gorshkov está em seu arsenal de mísseis. Ela possui 80 lançadores verticais, que podem disparar uma variedade de mísseis de cruzeiro e antiaéreos, incluindo o temido 3M22 Zircon, um míssil hipersônico capaz de atingir velocidades de até Mach 9 (aproximadamente 11.000 km/h).
Conforme descrito pelo governo russo, o Zircon pode ser utilizado contra alvos terrestres e marítimos, com alcance de até 1.000 km e capacidade de transportar ogivas convencionais ou nucleares. A combinação de velocidade e manobrabilidade extrema do míssil o torna praticamente impossível de ser interceptado pelos sistemas de defesa antimísseis atuais.
Exibição de força no Atlântico da Marinha russa
A fragata Almirante Gorshkov tornou-se protagonista em janeiro de 2023, quando foi destacada da base de Severomorsk para realizar manobras no Atlântico e no Mediterrâneo. Esse destacamento faz parte de uma estratégia de demonstração de poder da Rússia, com o próprio presidente Vladimir Putin enfatizando a importância dessa operação.
A missão da Almirante Gorshkov é vista como um movimento estratégico da Rússia para afirmar sua presença militar global, especialmente frente à superioridade numérica da Marinha dos Estados Unidos. Embora a frota russa seja menor, o país tenta compensar essa disparidade com o desenvolvimento de armas de alta tecnologia, como os mísseis hipersônicos.
Essa exibição envia uma mensagem ao Ocidente, e coloca a fragata russa no centro das atenções em um momento de tensões crescentes entre Moscou e Washington, alimentadas por questões geopolíticas que incluem a guerra na Ucrânia e a expansão da OTAN.
A Almirante Gorshkov representa o que há de mais avançado na Marinha russa, especialmente com seu arsenal de mísseis hipersônicos. A fragata é um exemplo claro da estratégia russa de priorizar tecnologia de ponta para contrabalançar a superioridade numérica ocidental. Sua presença no Atlântico deve ser observada com atenção, pois pode ser um indicador de como as relações entre a Rússia e o Ocidente evoluirão nos próximos meses.