A “Operação Formosa 2024” marcou um evento sem precedentes na América Latina. A operação reuniu pela primeira vez militares dos Estados Unidos e da China em um exercício militar conjunto sob a liderança das Forças Armadas Brasileiras.
Este exercício de grande escala ocorreu no estado de Goiás, Brasil, de 4 a 17 de setembro, e contou com a participação de mais de 3.000 militares de diferentes países. O principal objetivo do exercício foi simular operações anfíbias, com foco sobretudo em desembarques e combate anti-desembarque, utilizando munição real.
Cooperação Internacional: uma estratégia para enfrentar desafios globais
A participação da China e dos EUA na “Operação Formosa” refletiu principalmente uma tentativa de aprofundar a cooperação militar internacional, mesmo entre potências que historicamente mantêm rivalidades estratégicas. A China, que no ano anterior participou apenas como observadora, desta vez enviou 33 fuzileiros navais, enquanto os Estados Unidos participaram com 54 militares. Essa colaboração teve o objetivo de fortalecer a interoperabilidade entre as nações e melhorar a capacidade de resposta conjunta a desafios de segurança global.
De acordo com o Ministério da Defesa brasileiro, a operação simulou ataques de navios de guerra em áreas costeiras hostis. Trata-se de uma ação que, quando associada aos termos “China”, “EUA” e “munições reais”, causa reações surpreendentes entre internautas. Principalmente no X, antigo twitter, os usuários expressaram seu espanto com a cooperação militar entre essas potências. Apesar disso, tanto a mídia oficial quanto o Pentágono mantiveram uma postura moderada, afirmando que, embora a China tivesse participado do exercício, os militares dos EUA não treinaram diretamente com os chineses.
Reações e críticas: a perspectiva de políticos americanos
A participação simultânea da China e dos Estados Unidos no exercício militar brasileiro também provocou reações políticas, especialmente nos EUA. O senador americano Marco Rubio, conhecido por suas críticas à China, enviou uma carta ao secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin. O senador questionou sobretudo a razão pela qual os EUA mantiveram sua participação no exercício, mesmo sabendo da presença de militares chineses. De acordo com Rubio, há uma preocupação sobre a possibilidade de segredos militares americanos serem compartilhados com a China. Pior, alerta o senador, há inquietação se, posteriormente, esses segredos vazem para a Rússia, o que poderia comprometer a segurança nacional dos EUA.
A China, no entanto, viu sua participação na “Operação Formosa 2024” como uma oportunidade para fortalecer laços militares com o Brasil e outros países participantes. A cooperação visou, em primeiro lugar, promover principalmente a amizade e confiança mútua entre os militares, estabelecendo uma base sólida para futuras colaborações. Além disso, os exercícios conjuntos permitiram que o Exército de Libertação Popular aprimorasse suas capacidades de resposta a desafios de segurança e compartilhasse experiências táticas com outras nações. Por fim, a participação chinesa também foi uma demonstração da força e da imagem positiva que o país deseja projetar no cenário internacional.