Nos últimos dias, a internet tem fervilhado com discussões sobre as declarações feitas por Telma Rocha, uma fotógrafa pericial da SPTC de São Paulo, em um podcast.
Durante a transmissão, a Policial Telma comentou sobre um caso que envolve seu amigo, Igor Ferreira Sauceda, motorista de um Porsche que atropelou e matou um motociclista na capital paulista.
As falas da fotógrafa geraram [e ainda geram] grande repercussão, levando a Corregedoria da Polícia Civil a abrir uma nova investigação para apurar sua conduta.
Telma Rocha é uma figura conhecida no meio policial por suas publicações nas redes sociais, com mais de 197 mil seguidores no Instagram, onde também é “influencer”.
Em sua rede social, ela posta fotos em atividades policiais e assuntos de interesse pessoal, direcionando a um contexto híbrido seus seguidores.
Sua atuação de 03 décadas junto às investigações policiais e sua participação em séries sobre crimes a tornaram uma personalidade pública, misturando suas habilidades como fotógrafa com o estrelato das telas.
No entanto, suas recentes declarações no podcast “Inteligência Ltda” levantaram importantes questões sobre a ética profissional e a imparcialidade de servidores públicos ao se manifestarem sobre casos em andamento, em especial contra colegas da investigação do Inquérito Policial.
O caso do motorista do Porsche e a amizade controversa
O caso que trouxe Telma Rocha aos holofotes envolve Igor Ferreira Sauceda, que está preso sob a acusação de homicídio doloso triplamente qualificado.
Em suas declarações, Telma defendeu seu amigo Igor, argumentando que a repercussão do caso era uma “tremenda hipocrisia” e que outras ocorrências semelhantes não recebiam a mesma atenção midiática.
Ela destacou a origem humilde de Igor, afirmando que ele não era um empresário irresponsável, mas sim alguém que realizou o sonho de comprar um carro de luxo por meio de financiamento.
Essas falas geraram críticas e questionamentos sobre a postura de Telma, especialmente por ela ser uma agente pública. Seria compatível uma Policial em sua obrigações legais e sigilosas manifestar-se publicamente, sabendo que tem o poder de influenciar pessoas e pressionar decisões de autoridades?
A defesa de Igor, feita por Telma, contrastou com a acusação do Ministério Público de que o motorista teria “a intenção de matar com emprego de meio cruel”.
A divergência entre as declarações da fotógrafa e a acusação formal reforçou o debate nas redes sobre a responsabilidade de figuras policiais ao expressarem suas opiniões.
Com mais de 03 décadas na vida Policial, as declarações da fotógrafa policial da SPTC não foi evento aleatório e poderiam ter alvos certos dentro da própria Polícia Civil de SP ou mesmo do MPSP.
Até Policiais com menos tempo de casa [chamados de recrutas] sabem que sobre casos que envolvem eventos de segurança pública, esses assuntos são direcionados às suas comunicações sociais de suas instituições.
Consequências das Declarações e Reações das Autoridades
A repercussão das declarações de Telma Rocha levou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo a se posicionar, afirmando que os comentários da policial não refletem o pensamento da instituição.
A SSP-SP confirmou que a Corregedoria abriu um procedimento para investigar a conduta da agente, assegurando que todas as medidas cabíveis seriam tomadas.
A pasta também esclareceu que Telma não teve envolvimento direto nas investigações do caso de Igor.
Além disso, o Detran-SP foi questionado sobre a pontuação mencionada por Telma em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A fotógrafa afirmou ter 180 pontos na CNH, mas o órgão não pôde confirmar a informação devido à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Apesar das declarações polêmicas, o Detran-SP ressaltou que as infrações são registradas apenas quando há abordagem policial.
Na reportagem da UOL, Telma relata inúmeros ilícitos administrativos. Alguns dos trechos chocam a comunidade porque são apresentados por uma Policial que tem mais de 30 anos de atividades…
A repercussão nas redes e os comentários enfáticos
As redes sociais foram palco de intensos debates sobre o caso, com muitos internautas criticando a postura de Telma Rocha.
Um dos comentários mais enfáticos veio de um usuário que afirmou: “É inadmissível que uma agente pública defenda alguém acusado de homicídio de forma tão leviana. A justiça deve ser imparcial e não influenciada por amizades pessoais.”
Outro comentário destacou: “A fala de Telma é um reflexo da cultura de impunidade que permeia nosso país. Precisamos de servidores que respeitem as leis e não as tratem como brincadeira.”
Um terceiro usuário questionou a ética profissional de Telma: “Como confiar em uma profissional que admite publicamente descumprir leis de trânsito e ainda faz piada sobre isso? A credibilidade da polícia está em jogo quando seus membros agem dessa forma.”
Esses comentários ilustram a indignação e a preocupação de muitos cidadãos com a postura de servidores públicos em relação à lei e à ética.
Reflexões sobre ética e implicações para o futuro
O caso de Telma Rocha levanta importantes questões sobre a ética e a responsabilidade de agentes públicos ao se manifestarem sobre casos em andamento.
A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas é preciso ponderar sobre os limites dessa liberdade, especialmente quando se trata de figuras com poder e influência.
As declarações de Telma não apenas abalaram sua reputação, mas também colocaram em xeque a confiança do público na imparcialidade das investigações conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo e os membros do MPSP, a quem cabem a denúncia do crime.
À medida que a investigação da Corregedoria avança, espera-se que o caso sirva como um alerta para outros profissionais da Polícia que atuam em áreas sensíveis, como segurança pública.
A transparência e a ética devem ser pilares fundamentais na atuação de servidores públicos, garantindo que a justiça prevaleça sem influências externas.
O desfecho desse caso poderá determinar novos rumos para a conduta de agentes públicos em situações semelhantes, reforçando a importância da responsabilidade profissional e do respeito às leis.