O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, reacendeu o temor no mercado de criptomoedas nesta semana ao movimentar US$ 750 milhões em bitcoin, que estavam inativos por dois anos. Essa ação inesperada fez com que o valor do bitcoin, que vinha em alta nas últimas semanas, estagnasse perto de seu recorde histórico de US$ 70 mil, levantando especulações sobre uma possível venda dos ativos pela Tesla. Enquanto isso, Musk também emitiu um alerta severo sobre os crescentes gastos do governo dos Estados Unidos, afirmando que o país está caminhando para a falência.
A preocupação de Musk sobre a economia americana foi reforçada em uma postagem recente na plataforma social X, antigo Twitter, onde ele destacou que o governo adicionou US$ 500 bilhões à dívida nacional em apenas três semanas. Segundo o empresário, o “gasto desenfreado” por parte do governo está fora de controle e pode levar a uma crise econômica sem precedentes.
Durante uma reunião pública em Folsom, Pensilvânia, Musk também falou sobre o risco de a inflação voltar a aumentar, algo que ele atribui diretamente à “gastança louca” por parte do governo federal. O bilionário ressaltou que o governo está gastando mais do que arrecada, o que, segundo ele, tem um efeito “pernicioso” sobre a economia, resultando no aumento da dívida pública e em mais inflação.
Essa não é a primeira vez que Musk faz esse tipo de alerta. Em várias ocasiões anteriores, o empresário já havia demonstrado preocupação com o volume de dinheiro que o governo americano vem injetando na economia, principalmente após a pandemia de Covid-19 e as medidas de estímulo econômico que, segundo ele, geraram um aumento descontrolado da inflação.
Na última atualização sobre o tema, Musk continuou a criticar o governo e declarou que “isso precisa parar”, referindo-se aos gastos excessivos. Ele citou um comitê de ação política (PAC) que criou recentemente, o America PAC, que tem como objetivo destacar o desperdício do dinheiro público e propor medidas para melhorar a eficiência governamental. O empresário também expressou apoio à criação de um “Departamento de Eficiência Governamental”, sugerido pelo ex-presidente Donald Trump, e brincou que a sigla desse departamento seria DOGE, em referência à criptomoeda dogecoin, amplamente promovida por Musk nos últimos anos.
O impacto das falas de Musk foi sentido imediatamente no mercado de criptomoedas. O preço do dogecoin, que começou como uma piada na internet, saltou 25% após o comentário do bilionário sobre o “DOGE”. O movimento trouxe ainda mais volatilidade ao mercado, que já estava agitado com as movimentações de bitcoin feitas pela Tesla.
A crescente dívida pública dos EUA, que ultrapassou a marca de US$ 34 trilhões no início de 2024, também foi outro ponto abordado por Musk em suas recentes aparições públicas. Analistas do Bank of America alertaram que a dívida americana pode aumentar em até US$ 1 trilhão a cada 100 dias, agravando ainda mais a situação fiscal do país e alimentando novas altas no preço do bitcoin, à medida que investidores buscam ativos alternativos para proteger seu capital.
Outros especialistas também veem essa tendência como uma oportunidade para o bitcoin e o ouro. Um relatório do JPMorgan afirmou que o crescimento das tensões geopolíticas e a proximidade das eleições nos EUA podem fortalecer o que é chamado de “trade de desvalorização”, beneficiando criptomoedas como o bitcoin e ativos de refúgio como o ouro.
O encontro recente de Musk com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, também chamou atenção. O país foi o primeiro a adotar o bitcoin como moeda legal, e Bukele expressou preocupações semelhantes às de Musk sobre o futuro econômico dos Estados Unidos, sugerindo que os dias do dólar como principal moeda de reserva mundial podem estar contados.
Com a aproximação das eleições americanas e o crescimento das dívidas públicas, o alerta de Musk sobre uma possível falência dos Estados Unidos pode ganhar ainda mais força nos próximos meses, enquanto o mercado de criptomoedas permanece em alerta máximo.
Com informações de: Forbes