Os conflitos armados em Gaza e na Ucrânia afetam a dinâmica geopolítica e têm um impacto profundo no mercado de armamentos dos EUA. Segundo um relatório recente do Quincy Institute for Responsible Statecraft, os fabricantes de armas americanos estão registrando lucros recordes como resultado direto dessas crises militares.
A crescente demanda por material bélico nas operações militares de Israel na Faixa de Gaza e no apoio ocidental à Ucrânia tem impulsionado os lucros das empresas da indústria de defesa americana, que registram ganhos recordes, destacando a relação entre conflitos globais e o aumento de suas receitas.
Empresas de defesa dos EUA superam o S&P 500 impulsionadas pela crescente demanda por armamentos
De acordo com o relatório, publicado em 11 de outubro, as empresas de defesa dos EUA, incluindo gigantes como Boeing, Lockheed Martin, RTX, General Dynamics, Northrop Grumman e L3Harris, estão superando o índice S&P 500. Esse crescimento é atribuído ao aumento da procura de armas por parte de Israel e outros aliados ocidentais. Por exemplo, as aeronaves F-35, fabricadas pela Lockheed Martin e amplamente utilizadas nas operações israelenses, desempenharam um papel importante no aumento dos lucros da empresa. Entre 7 de outubro de 2023 e 7 de outubro de 2024, a Lockheed Martin registou um retorno total de 54,86%, superando o S&P 500 em 18%.
Crescimento acelerado das empresas de defesa
A RTX, conhecida por produzir bombas de alta potência, como as destruidoras de bunkers de 2.000 libras, obteve um retorno impressionante de 82,69%, superando o S&P 500 em cerca de 46%. Além disso, o relatório observa que as ações dessas duas empresas, assim como as da L3Harris e Northrop Grumman, atingiram máximos históricos, indicando uma tendência de crescimento contínuo impulsionada por conflitos globais.
EUA lideram fornecimento de armas a Israel em meio à escalada dos conflitos na Faixa de Gaza
O envolvimento dos EUA no fornecimento de armas para Israel é significativo, com o país representando 69% das importações de armamentos israelenses entre 2019 e 2023, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). Israel, durante o mesmo período, foi responsável por 2,1% do total das importações globais de armas. Com os conflitos em Gaza escalando, a necessidade de armamentos sofisticados aumentou, reforçando a importância estratégica de empresas como a General Dynamics, que fornece bombas destruidoras de bunkers usadas nas operações israelenses. Este aumento na demanda reflete a instabilidade na região e a contínua dependência dos aliados ocidentais dos EUA para fornecimento de armas.