A Aurora Flight Sciences, subsidiária da Boeing, está à frente do desenvolvimento de uma revolucionária aeronave militar de decolagem e pouso vertical de alta velocidade (VTOL). Sob o programa Speed & Runway Independent Technologies (SPRINT), em parceria com o Comando de Operações Especiais dos EUA, o projeto visa transformar o transporte militar. Essa nova aeronave, batizada de X VTOL, representa uma mudança radical ao oferecer operações independentes de pistas, permitindo pousos e decolagens praticamente em qualquer lugar.
Com essa inovação, a Aurora busca superar as limitações atuais das aeronaves VTOL, especialmente no que diz respeito à velocidade e capacidade de carga. O projeto não apenas oferece uma solução para o transporte ágil de tropas e equipamentos, mas também abre novas possibilidades para o futuro do combate aéreo. A aeronave X VTOL já passou por testes importantes, confirmando que o projeto pode evitar os perigosos efeitos de solo, como inclinação adversa e efeitos de sucção, durante as operações de elevação vertical.
Boeing e EUA: parceria no desenvolvimento de aeronaves VTOL de alta velocidade
O diferencial da aeronave da Aurora, subsidiária da Boeing, está no design fan-in-wing, que permite a transição eficiente entre o voo de cruzeiro e o modo VTOL. Essa tecnologia utiliza três ventiladores posicionados estrategicamente nas asas e na fuselagem, escondidos por coberturas aerodinâmicas quando não estão em uso. O conceito visa oferecer uma capacidade de voo muito superior aos helicópteros tradicionais, que são lentos e limitados em termos de velocidade.
A Aurora, com o apoio dos EUA, está competindo diretamente com o conceito HSVTOL da Bell, outra gigante do setor, mas seu projeto se destaca por ser totalmente não tripulado é projetado para transportar até 1.000 libras de carga a uma velocidade de 450 nós (518 mph ou 834 km/h). A envergadura de 45 pés do demonstrador inicial garante que, caso o contrato seja garantido, ele possa ser utilizado de forma eficiente para missões de transporte rápido. O próximo passo da Aurora é continuar os testes de túnel de vento com modelos maiores, visando aprimorar ainda mais a estabilidade e o controle da aeronave.
Boeing e EUA avançam no desenvolvimento do VTOL de alta velocidade
Os resultados até agora são promissores. Os testes de solo demonstraram que o trem de pouso da aeronave, desenvolvida em parceria com a Boeing nos EUA, está suficientemente elevado para evitar o efeito adverso de solo durante as manobras de decolagem e pouso, garantindo segurança nas missões. Isso é uma inovação crucial, considerando os desafios que aviões de decolagem vertical enfrentam ao operar perto do solo, onde os efeitos aerodinâmicos podem ser imprevisíveis.
A perspectiva de criar um VTOL de alta velocidade vai muito além do que o demonstrador inicial propõe. A Aurora, subsidiária da Boeing, já prevê uma versão em tamanho real da aeronave, com uma envergadura de 130 pés, equipada com quatro ventiladores de sustentação embutidos nas asas. Essa versão terá capacidade para carregar muito mais peso e poderá revolucionar o transporte militar de longo alcance, otimizando sua eficiência em diversas missões conduzidas pelos EUA.
Futuro do controle de aeronaves militares com o X-65
Além disso, a tecnologia incorporada ao VTOL poderá incluir elementos do X-65, outra iniciativa da DARPA, que elimina a necessidade de superfícies de controle móveis, usando controle de fluxo ativo. Essa abordagem futurista promete aumentar a agilidade e a capacidade de manobra da aeronave, melhorando sua performance em missões de combate.
Com testes de voo previstos para começar em 2027, o programa SPRINT da DARPA pode mudar radicalmente a forma como o transporte aéreo militar é conduzido. Como destacou Mike Caimona, presidente e CEO da Aurora Flight Sciences, “transporte de alta velocidade, furtivo e independente de pista pode ajudar a manter os combatentes seguros e eficazes em ambientes contestados”.