Em setembro, o Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro tomou uma atitude incomum ao abrir fogo contra um drone que sobrevoava o Pelotão Especial de Fronteira (PEF) Tiriyós, na região amazônica, próxima à fronteira com o Suriname. A presença do drone, supostamente coletando informações estratégicas, preocupou os militares e as comunidades indígenas locais, que frequentemente enfrentam invasores ilegais e outras ameaças nessa vasta fronteira isolada.
Apesar de não terem abatido o drone, os militares mantêm vigilância intensa, monitorando as atividades e investigando a origem dos voos, que se tornaram frequentes, inclusive em aldeias a menos de 10 km do posto militar. A suspeita é de que o equipamento esteja tentando coletar informações sigilosas, intensificando as preocupações tanto para a segurança das aldeias indígenas quanto para a integridade das operações militares.
Comunidade de Tiriyós reage a invasores suspeitos na fronteira
A área já enfrentou episódios de tensão. Líderes indígenas de Tiriyós relataram que drones e indivíduos suspeitos causam receio nas comunidades. Recentemente, moradores viram nove pessoas camufladas rondando as aldeias, agindo furtivamente na mata. Em resposta, queimaram parte da vegetação para afastar os invasores, ferindo um dos homens, que conseguiu escapar.
Comunidades indígenas pedem apoio do exército Brasileiro
Nos últimos meses, a insegurança na fronteira se intensificou, com invasores e drones sobrevoando aldeias indígenas. A área enfrenta ainda ameaças de garimpeiros e guerrilheiros, colocando em risco a soberania brasileira e a segurança das comunidades nativas. Esse cenário revela a fragilidade da paz na região.
Líderes indígenas pedem reforço na proteção do Exército e governo, especialmente no PEF Tiriyós. Situado a mais de 400 km de Macapá e 1.900 km de Belém, o pelotão depende de apoio aéreo. A difícil acessibilidade e o isolamento aumentam a vulnerabilidade e dificultam respostas rápidas.
Parque Tumucumaque sob ameaça constante de mineração e tráfico na fronteira
A região, composta pelo Parque Indígena Tumucumaque, abriga comunidades indígenas distribuídas em várias aldeias e enfrenta constantes ameaças do lado fronteiriço, especialmente no Suriname, onde a mineração e o tráfico ilegal são frequentes.
A tentativa de abater o drone foi confirmada pelo Centro de Comunicação Social do Exército, que informou a continuidade da vigilância. Nas palavras de um dos comunicados, “a presença desse tipo de equipamento é indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão e das comunidades próximas”
Exército e Aeronáutica unem esforços para garantir segurança na amazônia
O Exército Brasileiro reforça a prontidão dos militares na faixa de fronteira para responder a qualquer ameaça que possa comprometer a segurança das comunidades brasileiras, incluindo indígenas. Embora ainda não tenham identificado os responsáveis pelos drones, o monitoramento permanece intenso para garantir a segurança local.
A cooperação entre o Exército e a Aeronáutica demonstra um forte compromisso com a soberania nacional e com a proteção das populações indígenas, que enfrentam frequentes invasões e atividades ilegais. Esse esforço faz parte de uma estratégia integrada com outras agências, buscando assegurar a tranquilidade na floresta amazônica.