A relação entre a Rússia e a Coreia do Norte atingiu um novo nível de cooperação militar, já que os relatórios indicam que milhares de soldados do Exército norte-coreano estão atualmente treinando na Rússia e podem ser enviados à Ucrânia até o final do ano.
Este anúncio, que surgiu da inteligência sul-coreana e foi divulgado pelo Washington Post, ocorre quase três anos após o início da guerra na Ucrânia, o que gerou preocupações entre os aliados ucranianos e ocidentais.
Em julho, os serviços de inteligência sul-coreanos haviam informado que Pyongyang planejava enviar unidades militares, inicialmente destinadas a ajudar a reconstruir as cidades destruídas nas áreas controladas pela Rússia.
No entanto, informações recentes sugerem uma participação mais direta dos soldados norte-coreanos no conflito. Em 3 de outubro, pelo menos seis oficiais norte-coreanos ficaram feridos no Donbass durante um ataque ucraniano enquanto inspecionavam o equipamento militar russo. Exército
Um funcionário ucraniano declarou que, embora esses oficiais não participassem diretamente do combate, eles estavam integrados nas operações russas. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, descartou essas alegações, qualificando-as de “invenção”.
Segundo fontes de inteligência, a Coreia do Norte pode enviar tropas adicionais para apoiar as forças russas na linha de frente. Uma fonte de inteligência militar ucraniana disse ao Washington Post que vários milhares de soldados de infantaria norte-coreanos estão atualmente treinando na Rússia e espera-se que sejam enviados à Ucrânia até o final do ano.
O impacto potencial das tropas norte-coreanas no conflito e no exército russo
De acordo com a mesma fonte, oficiais norte-coreanos já estão em campo nas áreas ocupadas, observando as forças russas e adquirindo uma melhor compreensão das condições do campo de batalha. Eles também poderiam ajudar a operar o equipamento militar norte-coreano fornecido à Rússia, como mísseis, presença confirmada pelo ataque de 3 de outubro.
O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, considerou “altamente provável” a possibilidade de cooperação ativa entre as tropas norte-coreanas e as forças russas, afirmando que o acordo entre Rússia e Coreia do Norte se assemelha, na prática, a uma aliança militar, o que torna plausível a chegada de mais reforços norte-coreanos.
Os serviços de inteligência ucranianos estão avaliando o impacto potencial desse desdobramento norte-coreano. Se essas tropas forem estacionadas ao longo das regiões fronteiriças da Rússia, isso poderia permitir que as forças russas realocassem tropas dessas áreas para as linhas de frente na Ucrânia.
Essa mudança poderia ter um impacto significativo no conflito, em particular ao aumentar a pressão sobre as forças ucranianas, que já estão muito sobrecarregadas.
Zelensky pede maior apoio militar diante da crescente aliança entre Rússia e Coreia do Norte
Em meio a essa intensificação da aliança pró-russa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a pedir mais apoio de seus aliados. Durante uma turnê pela Europa, Zelensky visitou Berlim, Londres, Paris e Roma, instando os líderes europeus a manterem sua assistência militar e financeira.
Em suas declarações, ele advertiu que a cooperação entre Moscou e Pyongyang agora vai além do fornecimento de armas, incluindo tropas norte-coreanas lutando ao lado do exército russo.
Zelensky destacou a necessidade de a Ucrânia contar com equipamentos militares de maior alcance para aumentar a pressão sobre o agressor, alertando que a falta de maior apoio poderia levar a um conflito mais amplo.
Essa mobilização europeia ocorre num momento em que a administração americana, ao lidar com prioridades internas, adiou uma visita programada do presidente Joe Biden à Alemanha. No entanto, agora é esperado que Biden visite a Europa nos próximos dias.
Enquanto isso, a Rússia continua avançando no leste da Ucrânia. As forças russas anunciaram recentemente a captura de uma vila perto de Pokrovsk, uma cidade estratégica na região de Donetsk, onde combates ocorrem há meses. A captura dessa vila marca mais um passo na ofensiva russa destinada a tomar o controle dessa importante área de mineração.