Beirute foi abalada por enormes explosões na madrugada de sexta-feira, após uma nova rodada de ataques aéreos israelenses que visavam alvos do Hezbollah. Uma das explosões mais intensas ocorreu nas proximidades do aeroporto internacional da capital libanesa, onde fumaça negra pôde ser vista cobrindo partes da cidade. Segundo relatos, o alvo principal do ataque seria Hashem Safieddine, um dos principais líderes do Hezbollah e possível sucessor de Hassan Nasrallah, que teria sido morto na semana passada.
As forças israelenses intensificaram os bombardeios, visando instalações estratégicas do Hezbollah, como centros de inteligência e depósitos de armas. O conflito, que já dura semanas, tem gerado graves consequências para a população civil. O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que, nas últimas 24 horas, pelo menos 37 pessoas morreram e outras 151 ficaram feridas nos ataques aéreos e terrestres.
Entre as vítimas do confronto estão dois soldados do exército libanês, mortos em incidentes separados no sul do país, onde as forças israelenses continuam sua ofensiva. Em um dos casos, um soldado foi morto enquanto participava de uma operação de evacuação coordenada com a Cruz Vermelha. O outro morreu após uma base militar em Bint Jbeil ser atacada.
Além da destruição causada pelos ataques aéreos, a situação humanitária na capital e em outras regiões do Líbano está se deteriorando rapidamente. O Programa Mundial de Alimentos relatou que Beirute está cercada por fumaça negra proveniente dos bombardeios, enquanto milhares de deslocados internos se abrigam em carros e nas ruas da cidade. A maioria dos desalojados veio do sul do Líbano, região fortemente atingida pelos ataques.
Organizações humanitárias locais e internacionais confirmaram que quase metade dos deslocados abrigados em instalações temporárias são crianças. O diretor da International Rescue Committee no Líbano, Juan Gabriel Wells, descreveu a situação como “caótica” e alertou para a escassez de recursos nos abrigos.
O aeroporto de Beirute, alvo de um dos bombardeios mais recentes, estava sendo considerado como ponto estratégico para operações de resgate, incluindo uma missão planejada pela Força Aérea Brasileira (FAB) para evacuar brasileiros em situação de risco no Líbano. Com os danos causados pelas explosões e a escalada do conflito, essa operação agora enfrenta novos desafios e pode ser adiada por motivos de segurança.
Até o momento, o governo de Israel não emitiu declarações oficiais sobre os incidentes, mas confirmou que suas tropas continuam a combater milícias do Hezbollah na fronteira com o Líbano. O grupo Hezbollah, por sua vez, afirmou ter repelido tentativas de avanço israelense em vilarejos fronteiriços, além de disparar foguetes em direção ao território israelense.
Enquanto o conflito avança, o número de mortos no Líbano já ultrapassa 1.300 pessoas, com mais de um milhão de deslocados.
Com informações de: BBC