A Rússia tem utilizado uma “frota fantasma” para escapar das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e outras potências após a invasão da Ucrânia. Com mais de 1.400 navios operando de forma clandestina, Moscou consegue manter as exportações de petróleo e financiar seu esforço de guerra, driblando as limitações impostas pela comunidade internacional.
Esses navios, conhecidos como “dark fleet”, operam sem seguros exigidos e frequentemente sob bandeiras de países permissivos, que não impõem rigorosas regulamentações. Além disso, desligam seus sistemas de identificação automática (AIS), tornando-se invisíveis para as autoridades, dificultando a fiscalização de suas atividades ilegais.
A estratégia de operar com navios fantasmas não é nova. Países como Irã, Venezuela e Coreia do Norte já utilizavam frotas semelhantes para escapar de sanções internacionais. Contudo, a Rússia elevou essa prática a um novo patamar desde 2022, quando começou a sentir os impactos das restrições impostas à sua economia após a invasão da Ucrânia.
O petróleo representa cerca de 30% das receitas da Rússia, sendo fundamental para o financiamento de sua guerra. A frota fantasma permite que o país continue exportando petróleo para mercados como China e Índia, mesmo sem cumprir as normas de segurança internacionais, o que gera preocupação com acidentes ambientais e de segurança.
Muitas dessas embarcações são velhas, mal mantidas e representam sérios riscos de acidentes. Em maio de 2023, por exemplo, um petroleiro de bandeira gabonesa pegou fogo na costa da Malásia, e o governo local precisou arcar com os custos do resgate e combate ao incêndio, já que o navio não tinha seguro.
Além dos riscos ambientais, a Rússia utiliza essas operações para desafiar as regras da ordem internacional, explorando brechas no direito do mar e criando dificuldades para países que tentam impedir a passagem de suas embarcações. Ainda que detectadas, essas embarcações têm o direito de “passagem inocente” por águas territoriais, de acordo com a convenção das Nações Unidas.
Especialistas afirmam que a frota fantasma russa não deve ser desmantelada tão cedo, o que pode levar a um aumento no número de acidentes marítimos e derramamentos de petróleo, afetando o meio ambiente e impondo custos elevados aos países prejudicados.
Com informações de: Hoje no mundo militar