Segundo esclarecimentos da ONU – Organizações das Nações Unidas, mais de 1 milhão de pessoas estão sofrendo na Faixa de Gaza devido à escassez alimentar. O OCHA, ou Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, declarou desafios neste processo e informou que o Programa Mundial de Alimentos conseguiu amparar 363 mil pessoas no mês de setembro. Cerca de 600 mil refeições eram ofertadas todos os dias por quase 200 cozinhas.
Contudo, dados indicam que o território já sofre com uma crise alimentar. Segundo a Reuters, o caos começou devido a uma nova regra imposta por Israel. Entre os obstáculos iniciados estão a diminuição e a separação das cargas, além da criação de formulários específicos. Os formulários deverão ser preenchidos pelas organizações a fim de informar todos os detalhes das cargas. Além disso, é necessário ter esclarecimentos sobre os passaportes. Com isso, as organizações estão responsáveis por qualquer informação errada que venha a ocorrer nas remessas.
Situação em Gaza
A ação é direcionada aos transportes fretados pelas Nações Unidas que têm Gaza como destino final, mas que saem da Jordânia e passam por Israel. Essa possibilidade foi aberta em dezembro do ano passado. Antes, a chegada a Gaza passava pelo sul do Egito; contudo, a insegurança aumentou após um ataque militar à cidade de Rafah. Mediante a situação, e devido ao medo da ação do Hamas, os fretados têm mudado de rota, causando o desabastecimento de Gaza. Segundo fontes da Reuters, Israel também teme a ação do Hamas e diminuiu os embarques comerciais para Gaza.
Com isso, dados informam que mais de 2 milhões de pessoas que estão na região poderão sofrer com a ausência de alimentos. Sobre os comboios, o Cogat, grupo responsável pela ajuda humanitária, afirmou que, desde a segunda semana de setembro, não houve transporte fretado pela ONU em direção a Gaza. Sobre as remessas comerciais, dados da Cogat informam que o número de caminhões caíram de 140 no mês de julho para 45 no final do mês de setembro, resultando em diminuição de 32.14%.
Parecer de profissionais
Médicos e profissionais de saúde também falaram sobre o assunto, e pontuaram que, juntamente com os atendimentos envolvendo doenças e feridos de guerra, há uma queixa frequente no consultório: mais pessoas têm pedido ajuda devido à desnutrição. Atualmente, cerca de 130 caminhões de alimentos estão chegando por dia, número que tende a baixar, segundo levantamentos. Além disso, essa quantidade é muito menor do que a Agência dos EUA declarou ser necessária em momentos de guerra: 600 caminhões.
O problema alimentar tem sido um ponto citado desde o ano passado. Inclusive, segundo o aumento das queixas de insegurança alimentar, o primeiro-ministro de Israel estava na mira do Tribunal Penal Internacional (TPI), acusado de usar a fome como um método de guerra, o que as autoridades negaram. Vale lembrar que os EUA iniciaram o processo de levar ajuda humanitária por via aquaviária; contudo, o primeiro foi atacado dois meses depois do projeto, em julho, e até o momento algumas cargas que estavam destinadas a Gaza por este transporte ainda não chegaram ao seu destino final.