O Irã realizou um dos maiores ataques com mísseis balísticos da história recente, disparando 181 mísseis contra o território de Israel. Este ato foi classificado pelo governo iraniano como uma resposta aos supostos ataques israelenses que, segundo Teerã, violaram a soberania do país. O ataque, considerado o maior com mísseis balísticos já registrado, supera até os intensos bombardeios da Rússia sobre a Ucrânia.
Segundo declarações do porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Agari, o país está decidido a retaliar. Em suas palavras, Israel “responderá ao ataque iraniano onde, quando e como escolher.” O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi ainda mais enfático, afirmando que o Irã cometeu um “grave erro” ao lançar tantos mísseis, prometendo que o regime teocrático de Teerã pagará um alto preço por esse ato. Mesmo que o número de vítimas tenha sido pequeno até o momento — apenas uma morte foi confirmada, sendo de um palestino, e não de um israelense —, a força e o simbolismo desse ataque colocam Israel em alerta máximo.
Lançamento de quase 200 mísseis é uma demonstração de força
A principal questão que se levanta é como Israel escolherá responder. Embora as defesas anti mísseis israelenses tenham conseguido minimizar os danos, o lançamento de quase 200 mísseis é uma demonstração de força significativa. Se não fosse pelas avançadas defesas e pelo apoio de aliados poderosos, como os Estados Unidos, o número de baixas poderia ter sido extremamente elevado.
Infraestruturas iranianas: potenciais alvos de retaliação
Entre os alvos prováveis para uma resposta israelense, estão as infraestruturas estratégicas de petróleo e gás do Irã. Com as sanções internacionais cada vez mais rigorosas, o Irã depende fortemente de suas exportações de gás e petróleo, especialmente para países como Síria, Venezuela e Coreia do Norte. Estima-se que mais de 50% da receita iraniana venha dessas exportações, que são consideradas ilegais pela comunidade internacional. Além disso, cerca de 98% das exportações de petróleo iraniano passam pelo Terminal da Ilha Kharg, no Golfo Pérsico. Um ataque a essa instalação vital poderia resultar em uma perda imediata de cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Irã.
Esse tipo de retaliação seria devastador para a economia iraniana e poderia desencadear uma nova onda de tensões regionais, com países sancionados que dependem das exportações de energia do Irã sendo diretamente afetados. Israel tem em seu arsenal uma série de capacidades tecnológicas e militares que permitiriam realizar um ataque cirúrgico contra esses alvos sem causar danos colaterais massivos, tornando essa opção altamente viável.
Programa nuclear do Irã sob mira de Israel
Outro alvo potencial para a retaliação israelense são os centros de pesquisa nuclear do Irã. Há anos, o Irã desenvolve tecnologia nuclear, e muitos acreditam que o regime teocrático de Teerã esteja cada vez mais próximo de obter armas nucleares. Para Israel, um Irã armado nuclearmente representa uma ameaça existencial. Por isso, os centros de pesquisa nuclear são considerados alvos prioritários em qualquer ação militar israelense.
Se o objetivo de Israel for impedir que o Irã avance com seu programa nuclear, ataques a essas instalações seriam uma jogada estratégica. Israel já demonstrou ter uma forte presença dentro das esferas de poder iranianas, usando essa vantagem para neutralizar adversários. Há, inclusive, relatos de ações anteriores de sabotagem e assassinato de cientistas nucleares iranianos, o que reforça a capacidade israelense de atingir esses alvos com precisão.
Futuro do conflito: Irã pagará o preço?
Apesar da gravidade do ataque, até o momento as baixas e os danos materiais foram relativamente limitados. No entanto, o lançamento de 181 mísseis balísticos contra Israel é uma clara escalada nas tensões regionais e pode desencadear uma resposta devastadora de Israel. Além de ataques às infraestruturas energéticas e nucleares, Israel pode também optar por atingir diretamente a liderança do regime iraniano, com figuras de alto escalão, incluindo o próprio aiatolá Ali Khamenei, sendo considerados alvos.
A relação entre os dois países está em um dos momentos mais delicados da história, e as implicações geopolíticas são imensas. Uma resposta israelense contra o Irã pode incendiar ainda mais o Oriente Médio, com outros atores regionais entrando no conflito. A comunidade internacional observa de perto, enquanto Israel considera suas opções e o Irã se prepara para possíveis retaliações. Com tantas variáveis em jogo, o mundo aguarda para ver quais serão os próximos passos dessa crise que pode mudar o equilíbrio de poder na região.