Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, fez uma ameaça direta de usar armas nucleares para destruir permanentemente a Coreia do Sul, caso o país vizinho realize qualquer ação militar que afete a soberania de seu regime. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (4 de outubro de 2024), por meio da agência oficial de notícias norte-coreana, após o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, realizar um discurso enérgico durante o Dia das Forças Armadas da Coreia do Sul.
Durante seu discurso no dia 1º de outubro, Yoon apresentou o poderoso míssil balístico Hyunmoo-5 e outras armas convencionais que poderiam atingir alvos norte-coreanos. Ele advertiu que qualquer tentativa de uso de armas nucleares pelo regime de Kim resultaria no colapso imediato do governo norte-coreano, devido a uma resposta “resoluta e esmagadora” da aliança entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Em resposta, Kim Jong-un classificou as palavras de Yoon como uma “temeridade belicosa” e zombou do presidente sul-coreano, chamando-o de “um homem anormal”. Kim afirmou que, se a Coreia do Sul tomar qualquer ação militar, a existência de Seul e da República da Coreia seria “impossível”. Sua irmã, Kim Yo Jong, também ridicularizou as capacidades militares da Coreia do Sul, argumentando que armas convencionais não podem fazer frente ao arsenal nuclear norte-coreano.
A retórica acalorada surge em um momento de tensões crescentes entre os dois países, após a Coreia do Norte divulgar informações sobre suas instalações nucleares e continuar realizando testes de mísseis. Na próxima semana, espera-se que o parlamento norte-coreano formalize a divisão hostil de “dois estados” na península coreana, rejeitando qualquer tentativa de reconciliação com o Sul e estabelecendo novas fronteiras nacionais.
Desde 2022, a Coreia do Norte adotou uma doutrina nuclear escalatória, ameaçando o uso preventivo de armas nucleares. Apesar das ameaças constantes, especialistas internacionais duvidam que Kim Jong-un use seu arsenal primeiro, já que seu exército é superado em poder pela aliança entre Coreia do Sul e Estados Unidos. Em julho, os dois países assinaram um acordo para integrar as capacidades convencionais sul-coreanas com as forças nucleares dos EUA.
Com as tensões no nível mais alto em anos, todos os canais de comunicação entre as Coreias estão paralisados desde 2019, quando as negociações entre EUA e Coreia do Norte fracassaram, encerrando tentativas diplomáticas para o desarmamento nuclear.
Com informações de: Thehindu