A Marinha Portuguesa deu mais um passo significativo para reforçar sua capacidade marítima com a cerimônia de corte de aço de seu novo navio polivalente. O evento ocorreu nos estaleiros Damen, em Galati, na Romênia, marcando o início oficial da construção do NRP Dom João II com alta tecnologia. Este projeto faz parte de uma parceria estratégica com a União Europeia e é financiado pelo Fundo de Recuperação e Resiliência (RRF), dentro do programa NextGenerationEU, que apoia os Estados membros afetados pela pandemia de COVID-19.
A construção deste navio foi um marco importante desde que o contrato foi assinado, em novembro do ano passado, após uma rigorosa licitação. A Damen, reconhecida mundialmente pela confiabilidade e eficiência de suas construções navais, garantiu uma construção rápida e econômica utilizando soluções padrão comprovadas.
Conceito revolucionário para missões diversificadas da Marinha Portuguesa
Com 107 metros de comprimento e um convés de 650 metros quadrados, o NRP Dom João II foi projetado para ser uma embarcação verdadeiramente multifuncional, capaz de realizar uma vasta gama de missões. O Chefe do Estado-Maior General da Marinha Portuguesa, Almirante Gouveia e Melo, descreveu o navio como um conceito revolucionário multidomínio, com capacidades aéreas, de superfície e subaquáticas.
Este navio polivalente não se limita às funções militares, mas também terá um papel crucial em missões de investigação científica, especialmente em áreas como drones e robótica, além de ser um recurso vital em situações de emergência e catástrofes naturais. Sua versatilidade é aprimorada pela capacidade de transportar até doze TEUs, que podem abrigar sistemas modulares adaptáveis a diferentes missões. Entre os equipamentos possíveis estão hospitais móveis, câmaras hiperbáricas e sistemas de ROV (veículos operados remotamente), o que torna o NRP Dom João II uma plataforma logística e de suporte de última geração.
Tecnologia de ponta para exploração oceânica e missões científicas
O NRP Dom João II está alinhado com a crescente importância dos drones e da tecnologia autônoma no monitoramento e resposta a emergências. Equipado para lançar veículos aéreos, de superfície e subaquáticos não tripulados, a embarcação inclui uma cabine de comando de 94 x 11 metros, projetada especificamente para operar com esses sistemas de vigilância de alta tecnologia.
O navio conta com instalações laboratoriais avançadas, que permitem a realização de pesquisas científicas diretamente a bordo. A possibilidade de acomodar uma equipe de cientistas reflete a visão estratégica de Portugal de não apenas proteger sua vasta área marítima, mas também de explorar os recursos do fundo oceânico, que são de importância estratégica crítica para a União Europeia.