O ministro da Defesa José Múcio Monteiro deve aproveitar as discussões sobre a compra de novo avião presidencial para incluir o debate sobre a necessidade de renovar a frota aérea das Forças Armadas.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 23 de outubro, pelo jornal O Globo. Segundo a publicação, outras lacunas de infraestrutura e orçamento do Exército, Marinha e Aeronáutica também devem ganhar destaque.
A reunião não será apenas entre Lula e Múcio. Os comandantes do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen Sampaio, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, devem estar presentes.
No Exército o maior gargalo é de helicópteros. A Força Terrestre tem 94 aeronaves do tipo e 2 foram substituídas recentemente por terem alcançado o tempo limite de uso.
Outras cobranças dos militares são a construção de Destacamentos de Aviação no Sul, na Região Nordeste e próximo à fronteira, de maneira a ampliar a capacidade operacional do Exército mediante situações como catástrofes climáticas.
A falta de recursos para custeio da frota também deve pautar a reunião.
Manutenção frequentes da aeronave presidencial
No dia 11 de outubro, durante entrevista em Fortaleza, Lula falou sobre a necessidade dos novos aviões para a presidência.
“Vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões, porque o Brasil, um país grande, a gente ser pego de surpresa? Então vamos preparar. Eu pedi que o ministro da Defesa me fizesse uma proposta. Vamos comprar um avião para o presidente da República entendendo que a ignorância não pode prevalecer. O avião é para o presidente da República, não é para o Lula, Bolsonaro, FHC, é para instituição, quem quer que seja eleito”.
Em entrevista à imprensa após sair de um evento do agronegócio em São Paulo, Múcio disse que a aquisição de nova aeronave presidencial pode levar até 18 meses e defendeu a transação devido à necessidade frequente de manutenção das aeronaves atuais. “Não são aeronaves simples, comuns, que você pode comprar de uma empresa aérea, mas nós já estamos recebendo orçamentos para poder fazer o julgamento (…) Tem que ser um avião grande para fazer voo longo, como esse que ia para a Rússia e a China, sem fazer escala”. O A320 está entre uma das opções.