Hoje, quinta-feira, 3 de outubro, a TV Globo será palco de um debate eleitoral que promete agitar ainda mais a já conturbada corrida pela Prefeitura de São Paulo.
Mediado pelo jornalista César Tralli, o evento reunirá candidatos que, além de disputar o cargo, têm se envolvido em diversas polêmicas ao longo da campanha. Dentre os participantes, estão Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). O debate se tornará um importante momento de confronto de ideias, mas também de embates pessoais, em um cenário marcado por tensões e agressões.
Regras rigorosas
O debate na TV Globo contará principalmente com regras rígidas. Trata-se de uma tentativa da emissora sobretudo de controlar o clima acirrado entre os candidatos. De acordo com informações, haverá a possibilidade de interrupção de falas, corte de som e até expulsão de candidatos que desrespeitem as normas.
Essa abordagem se faz necessária em um contexto em que as últimas sabatinas foram marcadas por episódios de violência, como o ataque de Datena a Pablo Marçal com uma cadeira. Além disso, os organizadores se preocupam com agressões nos bastidores, como a do assessor de Marçal ao marqueteiro de Ricardo Nunes. Por isso, a emissora impõe um esquema de segurança especial para evitar que a situação se repita.
As regras do debate incluem quatro blocos de perguntas, com temas livres e determinados. Além disso, haverá um tempo pré-estabelecido para questionamentos e respostas.
Pablo Marçal convoca manifestações e faz críticas à imprensa
A tensão em torno do debate se amplifica pela convocação de manifestações em frente à sede da Rede Globo, lideradas por Pablo Marçal e o partido Unidade Popular (UP). Marçal, em um vídeo postado em suas redes sociais, convida seus apoiadores a se reunirem para uma “manifestação pacífica” durante o evento. Essa ação tem como pano de fundo a crítica à emissora, que Marçal e seus aliados acusam de favorecer seus adversários, especialmente Guilherme Boulos.
A situação não é nova; durante as eleições, a relação entre candidatos e a imprensa frequentemente gera atrito. O próprio Marçal, conhecido por suas declarações polêmicas, tem promovido uma narrativa de conflito com a mídia. O candidato alega que a Rede Globo compactua com ideais contrários aos seus.
Acusações e respostas: o clima quente do debate
Além das manifestações, o clima do debate se intensifica por acusações diretas entre os candidatos. Marçal, por exemplo, insinuou repetidamente o uso de drogas por Guilherme Boulos. Por isso, o candidato prometeu apresentar “provas” no debate da Globo. Essas afirmações já resultaram em condenações judiciais e na concessão de direitos de resposta ao candidato do PSOL.
Na última sabatina, Marçal fez menção a uma internação de Boulos em um hospital. O psolista, no entanto, rebateu, afirmando que se tratava de uma crise de depressão enfrentada na adolescência.
À medida que o debate se aproxima, as expectativas são altas, não apenas em termos de propostas políticas, mas também em relação a possíveis novos conflitos. A estratégia da Globo em controlar o clima durante a transmissão será testada em um cenário de disputas acirradas e rivalidades pessoais.