A recente matéria publicada pelo site chinês 163.com, controlado pela empresa NetEase, causou indignação ao ridicularizar a forma como os soldados brasileiros desfilam durante cerimônias militares. A comparação desrespeitosa afirmava que o estilo de marcha dos soldados brasileiros dá a sensação de “entrar em uma aldeia para roubar galinhas”. O fato despertou sobretudo críticas ferozes no Brasil e colocou o site em uma posição delicada.
O desfile militar é uma tradição que carrega profundo simbolismo de honra, disciplina e respeito à nação. No entanto, a postura adotada pelo 163.com não só desrespeita a cultura militar brasileira, mas também expõe uma visão tendenciosa e preconceituosa. Essa crítica, que ultrapassa os limites da opinião e parte para o deboche gratuito, toca principalmente em questões sensíveis relacionadas ao nacionalismo e à imagem do Brasil perante o mundo.
NetEase: uma gigante da tecnologia envolvida em polêmicas
A NetEase, empresa que controla o site 163.com, é uma das maiores empresas de tecnologia da China. A companhia possui negócios que vão desde plataformas de notícias até jogos online e e-commerce. Apesar de seu sucesso financeiro, a empresa tem um histórico marcado por controvérsias. Em várias ocasiões, portais chineses receberam acusações de promover conteúdo que inflama tensões internacionais. Um exemplo recente disso é o artigo ofensivo sobre o desfile militar brasileiro.
Além desse episódio, os portais chineses também enfrentam críticas relacionadas ao controle rigoroso de conteúdo de suas plataformas. Algumas empresas inclusive receberam acusações de apoiar a censura governamental chinesa, removendo artigos críticos ao governo e limitando a liberdade de expressão de seus usuários. Tais práticas colocam em dúvida a credibilidade das plataformas chinesas como fontes de informações imparciais e confiáveis, sobretudo quando se trata de assuntos internacionais delicados.
O contexto político e a influência da mídia controlada
O episódio envolvendo o site 163.com também levanta questões sobre a influência que o governo chinês exerce sobre os meios de comunicação. A mídia chinesa é conhecida por ser rigidamente controlada, com veículos muitas vezes refletindo as diretrizes impostas pelo Partido Comunista Chinês. A crítica ao desfile militar brasileiro pode ser, portanto, uma tentativa de moldar a percepção pública, distorcendo a imagem de outros países.
Não é a primeira vez que um veículo internacional tenta ridicularizar ou desqualificar aspectos da cultura brasileira. No contexto atual, em que o Brasil busca fortalecer sua imagem global, ataques como o do 163.com representam um obstáculo significativo. O impacto de tais publicações vai além da esfera militar, afetando as relações diplomáticas entre os países e gerando desconfiança em setores estratégicos de cooperação.
Esse tipo de conduta apenas reforça a necessidade de um debate mais amplo sobre a liberdade de imprensa e os limites da crítica nas relações internacionais.