O Exército e um hospital do Exército estão sendo processados por 100 sobreviventes, assim como por familiares de uma das maiores tragédias de Maine, nos Estados Unidos, na cidade de Lewiston. Os advogados entendem que tudo poderia ter sido evitado se o reservista responsável pela tragédia tivesse sido detido. Robert Card, autor da ação, realizou um tiroteio em massa que deixou 18 mortos e 13 feridos. A tragédia ocorreu em dois locais frequentados pelo atirador.
O processo formal está sendo conduzido pelos advogados das vítimas, que afirmam que o Exército estava ciente do estado mental do reservista e deveria ter agido com mais seriedade diante da possibilidade de tal ato, uma vez que Robert Card estava expressando ideias homicidas e paranóicas, além de supostamente ter uma lista de alvos e locais para realizar o tiroteio. A reivindicação formal conta com quatro escritórios de advocacia, e o Exército terá o prazo de seis meses para responder ao processo.
Sobre a tragédia e comportamento do Exército
A tragédia ocorreu em 25 de outubro de 2023, em uma liga de cornhole organizada por um bar e churrascaria, além de uma pista de boliche. Uma comissão independente do governo declarou que as responsabilidades poderiam ser atribuídas tanto à polícia civil quanto ao Exército; no entanto, os advogados ressaltaram que inicialmente vão se concentrar nas ações contra o Exército. Além disso, outras questões estão sendo pontuadas.
Tudo indica que o Exército falhou ao minimizar a situação quando foi avisado por um amigo de Card, Sean Hodgson, que o mesmo ameaçou atirar em um arsenal.
Uma das vítimas da tragédia, que perdeu o filho e o marido, falou sobre o trauma e a tristeza em saber que tudo poderia ter sido evitado, principalmente por saberem sobre a atual condição de saúde de Card, que já havia sido internado em um hospital psiquiátrico.
Vale lembrar que um tenente-coronel afirmou que o atirador não apresentava um perfil de alto risco. Já o tenente-coronel Ryan Vazquez esclareceu que havia limitações em forçar o reservista Robert Card a aderir a um plano de tratamento mental enquanto estava na vida civil, pois ele apresentava resistência. Contudo, colegas reservistas afirmaram que perceberam Card piorando gradativamente.
Ordem de Proteção de Risco
Devido à situação, aumentou o sinal vermelho para esses casos, incluindo solicitações para que os tribunais de Maine realizem apreensões de armas de pessoas consideradas perigosas, a fim de evitar outra chacina ou tentativa de tiroteio em massa.
Em entrevista coletiva, a governadora Janet Mills declarou que, após o ocorrido, o uso da lei de ordem de proteção e risco foi utilizado três vezes mais. Mills também afirmou que as autoridades policiais estão levando a sério a importância da lei, com o uso consciente de armas de fogo e a identificação daqueles que não estão em condições de usá-las.