Desde 2005, o Brasil e a Rússia têm protagonizado um jogo de xadrez geopolítico que promete redefinir os rumos da defesa militar sul-americana. Imagine um cenário onde helicópteros russos sobrevoam a Amazônia e caças supersônicos russos defendem nossos céus; essa é a realidade que quase se concretizou através de uma série de negociações intrigantes e propostas tentadoras. Este artigo revela, em detalhes inéditos, as ofertas de armamentos feitas pela Rússia ao Brasil, explorando os impactos e as reviravoltas que essas negociações poderiam trazer para a modernização da Forças Aérea, Exército e que prometeu revolucionar as Forças Armadas brasileira.
Venha descobrir como essas propostas poderiam transformar o poder militar do Brasil e quais foram as verdadeiras razões por trás das decisões que moldaram nosso presente.
A primeira proposta significativa da Rússia para o Brasil: Visita de Lula a Moscou em 2005 incluía helicópteros de transporte Mi-171A e os hidroaviões BE-103.
A primeira proposta significativa ocorreu em 2005, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Moscou. Durante essa visita, um acordo foi discutido entre os governos russo e brasileiro, que incluía a possibilidade de a Embraer estabelecer uma linha de montagem de aviões na Rússia. Além disso, o Brasil poderia adquirir os helicópteros de transporte Mi-171A e os hidroaviões BE-103.
Os hidroaviões BE-103 eram especialmente atraentes a Força Aérea Brasileira, pois poderiam ser utilizados na Amazônia, onde o acesso a áreas remotas é um desafio constante. No entanto, esse negócio não avançou, pois a Embraer, uma empresa privada, não estava disposta a comprometer seus negócios com o Ocidente.
O Programa FX-2 e o Sukhoi Su-35, um dos caças mais modernos da força aérea russa
Em 2007, o Brasil lançou uma concorrência para a aquisição de 36 aeronaves, visando a modernização de sua frota de caças supersônicos. A Rússia apresentou o Sukhoi Su-35, um dos caças mais modernos da força aérea russa na época. Apesar do interesse, a Força Aérea Brasileira (FAB) decidiu, em 2008, não seguir com a proposta, uma vez que a Rússia não ofereceu transferência de tecnologia.
Curiosamente, o F-18 Super Hornet, também um dos finalistas, enfrentou a mesma situação, pois os Estados Unidos também não se comprometeram a transferir tecnologia para a Força Aérea Brasileira.
Em 2008, o primeiro grande negócio para a Força Aérea Brasileira: Helicópteros de ataque Mil Mi-35 e Sukhoi Su-57, um caça furtivo considerado um dos mais avançados do mundo
Em 2008, a relação entre Brasil e Rússia se intensificou quando os presidentes Lula e Medvedev acertaram a compra de 12 helicópteros de ataque Mil Mi-35. Este foi um marco, pois representou a primeira vez que as Forças Armadas do Brasil utilizariam armamento de grande porte da Rússia.
Além disso, o Brasil e a Rússia firmaram um acordo para o desenvolvimento conjunto de caças de quinta geração, o projeto PAK-FA. No entanto, a Força Aérea Brasileira decidiu se retirar do projeto, que resultou no desenvolvimento do Sukhoi Su-57, um caça furtivo considerado um dos mais avançados do mundo.
Negociações em 2012: Rússia ofertou mísseis S-300 e versões modernas dos sistemas Buk e Tor que prometia fortalecer a Força Aérea Brasileira (FAB)
Em dezembro de 2012, durante uma visita da presidente Dilma Rousseff a Moscou, novas negociações foram iniciadas para um acordo de vendas de armamentos. A Rostec, uma gigante da indústria de armamentos russa, se uniu à Odebrecht Defesa para estabelecer uma indústria de produção de helicópteros Mi-171 no Brasil.
No entanto, o negócio não avançou, pois a Força Aérea brasileira optou por adquirir 50 helicópteros franceses EC 725 Caracal, que seriam montados na Helibras em Minas Gerais.
Ainda durante a visita de Dilma, o chefe da delegação militar brasileira, General José Carlos de Nardi, estava em negociações para a aquisição de sistemas de defesa antiaérea. A Rússia ofereceu baterias dos sistemas Igla e Pantsir-S1, além de um extenso portfólio de armamentos.
Entre as propostas estavam os mísseis S-300 e versões modernas dos sistemas Buk e Tor. Essas ofertas despertaram grande interesse na Força Aérea Brasileira (FAB), que buscava fortalecer sua defesa antiaérea.
Ofertas de mísseis antitanque ao Exército Brasileiro e treinamento de pilotos
Em 2014, uma delegação militar brasileira visitou a Rússia para observar exercícios de artilharia antiaérea. A Rosoboronexport, empresa estatal russa, fez uma nova oferta de caças Su-35, prometendo total transferência de tecnologia para a produção no Brasil. Porém, a Força Aérea Brasileira (FAB) permaneceu relutante em operar com aeronaves russas.
Em 2015, a Rosoboronexport ofereceu o míssil antitanque Kornet-E ao Exército Brasileiro, que preferiu o míssil israelense Spike. Além disso, a Rússia apresentou o jato YAK 130, um treinador avançado que poderia também realizar missões de combate.
O YAK 130 foi oferecido com a possibilidade de instalação de uma linha de montagem no Brasil, mas a Força Aérea brasileira não manifestou interesse. Essa decisão foi surpreendente, pois a FAB havia aposentado seu último AT-26 Xavante, não possuindo mais aeronaves dessa categoria.
Decisão durante a cúpula do BRICS: Brasil decidiu adquirir o sistema terra-ar Pantsir-S1 como parte de sua estratégia de defesa antiaérea
Durante a Cúpula do BRICS em 2015, o Brasil decidiu adquirir o sistema terra-ar Pantsir-S1 como parte de sua estratégia de defesa antiaérea. O então Vice-Presidente Michel Temer comunicou essa decisão ao Primeiro-Ministro russo Dmitri Medvedev.
O acordo incluía total transferência de tecnologia, permitindo a fabricação de sistemas de defesa 100% nacionais. O custo estimado do pacote foi de US$ 1 bilhão. Contudo, devido à crise econômica que se intensificava no Brasil, o negócio não foi concretizado.
Brasil e Rússia: Propostas militares incríveis e oportunidades perdidas
A relação entre Brasil e Rússia na área de defesa militar é rica e complexa. Diversas propostas foram feitas ao longo dos anos, refletindo o interesse do Brasil em modernizar suas Forças Armadas e diversificar suas fontes de armamento.
No entanto, as decisões tomadas pelas Forças Armadas brasileiras muitas vezes foram influenciadas por questões políticas e econômicas, resultando em uma série de oportunidades perdidas. O que resta agora é uma reflexão sobre quais armamentos poderiam ter sido benéficos para o Brasil e como isso poderia impactar a segurança nacional.
Quais armamentos você acredita que seriam mais adequados para as Forças Armadas do Brasil? Deixe sua opinião nos comentários.