O submarino Tonelero (S 42), a terceira unidade da Classe Riachuelo, está prestes a realizar sua primeira imersão estática na Baía de Sepetiba, entre os dias 25 e 26 de outubro. Esse procedimento fundamental visa avaliar a estabilidade da embarcação e faz parte do rigoroso processo de testes para garantir sua segurança e eficácia em operações futuras da Marinha do Brasil.
A manobra marca um importante avanço no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), sendo um passo crucial para as próximas fases de certificação. O sucesso desses testes é crucial para a continuidade do programa, levando o submarino cada vez mais próximo de sua certificação operacional e de sua entrada oficial em serviço.
O que é a imersão estática e por que ela é importante?
A imersão estática consiste na admissão controlada de água nos tanques de lastro do submarino até sua completa submersão. Todo o processo é realizado sem a utilização da propulsão própria do submarino, com o veículo sendo rebocado até a posição exata. O objetivo desse teste realizado pela Marinha do Brasil é avaliar as respostas do submarino em termos de estabilidade, através de inclinações controladas que permitem coletar parâmetros cruciais, como a estabilidade transversal e longitudinal da embarcação.
Os testes também verificarão o volume de água nos tanques internos de compensação e trimagem, fatores determinantes para o cálculo do deslocamento do submarino em condição de imersão. A segurança também é verificada com o teste da guarita de salvamento e do lançamento de pirotécnico de exercício. Esses ensaios garantem a eficiência dos sistemas de salvamento da classe Scorpène, sendo pré-requisitos para as próximas etapas de testes, incluindo a aceitação no mar.
O Submarino Tonelero: Tecnologia avançada e inovação na Marinha
O Tonelero (S 42) faz parte do Prosub, um ambicioso projeto de defesa desenvolvido em cooperação entre o Brasil e a França, iniciado em 2008. Com um orçamento de cerca de R$ 40 bilhões, o programa visa proteger a Amazônia Azul, uma área estratégica de 5,7 milhões de km² que engloba o mar territorial e a Zona Econômica Exclusiva do Brasil. O lançamento do Tonelero ao mar aconteceu em março de 2024, marcando um importante passo para a Marinha do Brasil.
O submarino é uma embarcação altamente sofisticada, equipada com sistemas de combate modernos capazes de gerenciar uma ampla gama de sensores, incluindo radar, guerra eletrônica e acústicos. Com seus seis tubos de armas, ele pode realizar lançamentos de mísseis antinavio, minas submarinas e torpedos, reforçando a capacidade de defesa do país em seu vasto território marítimo.
Desempenho e capacidades operacionais
Em termos de desempenho, o Tonelero é uma força a ser considerada pela Marinha do Brasil. Com um deslocamento submerso de 1.870 toneladas, ele pode operar a profundidades superiores a 250 metros, atingindo velocidades de até 37 km/h. O submarino também pode permanecer em operações contínuas por até 70 dias, o que o torna uma ferramenta indispensável para patrulhas de longa duração.
Seu comprimento de 71,62 metros e diâmetro de 6,2 metros permite abrigar confortavelmente uma tripulação de 35 militares, composta por 27 praças e 8 oficiais. Os tripulantes se beneficiam de um sistema avançado de combate, projetado para oferecer o máximo em segurança e eficiência durante operações em alto mar.
Outro aspecto relevante é o fato de o Tonelero ser movido à propulsão convencional, garantindo silêncio e furtividade durante patrulhas. Esses atributos fazem dele uma plataforma ideal para missões de defesa e vigilância, operando de maneira discreta e eficaz em águas brasileiras.
Marco significativo na Marinha do Brasil
A realização da primeira imersão estática do submarino Tonelero representa um marco significativo para o Brasil, reforçando sua posição como um dos principais países na América Latina com capacidade de desenvolver tecnologias navais avançadas. Com a proteção da Amazônia Azul como um dos principais focos, o Tonelero e os outros submarinos do Prosub são peças chave na estratégia de defesa marítima do país, garantindo segurança e soberania nas águas territoriais brasileiras.