O caça que promete “salvar” a Força Aérea dos EUA
No final dos anos 60, a Força Aérea dos Estados Unidos estava muito preocupada com o desempenho dos seus caças durante a Guerra do Vietnã. O F-105, em especial, frequentemente era superado em combate por caças considerados obsoletos na época, como o MiG-17.
A situação se agravou com o surgimento de interceptadores soviéticos avançados, como o MiG-23 e o MiG-25, que acenderam um alerta na alta cúpula da Força Aérea dos EUA. Isso incentivou o desenvolvimento de um novo caça que atendesse às demandas de combate daquela época.
Em dezembro de 1969, a Força Aérea selecionou o projeto da McDonnell Douglas, que ficaria conhecido como F-15. Esse caça trouxe inovações tecnológicas impressionantes para a época, como o radar look-down, que permitia travar em alvos voando entre a aeronave e o solo.
Apesar de grande e pesado, o F-15 era extremamente ágil e veloz, além de contar com espaço de sobra para a instalação de novos sensores e equipamentos. Essa versatilidade abriu caminho para o desenvolvimento de várias versões ao longo dos anos.
No final da década de 70, surgiram os modelos F-15C (monoposto) e F-15D (biposto), que tinham maior capacidade de transporte de combustível, maior peso de decolagem e eram equipados com o radar APG-63, considerado um dos mais avançados do mundo naquela época.
F-15E Strike Eagle: o “cavalo de batalha” que redefiniu as missões aéreas de longo alcance da Força Aérea americana
Nos anos 80, a Força Aérea dos Estados Unidos enfrentou uma nova necessidade: desenvolver um caça capaz de realizar missões aéreas em áreas protegidas atrás das linhas inimigas, sem depender de aeronaves de guerra eletrônica para escolta. Em vez de criar um novo projeto do zero, o que seria caro e demorado, decidiram usar o F-15 como base. Assim, nasceu, em 1988, o F-15E Strike Eagle.
O F-15E é um caça grande, pesado e robusto, mas extremamente ágil e veloz. Ele é capaz de atingir até duas vezes e meia a velocidade do som, com um raio de combate de 1.200 km. Além disso, consegue transportar até 10 toneladas de carga útil, incluindo tanques externos, sensores, armas e munições. É um verdadeiro “cavalo de batalha”, projetado para executar com eficiência todos os tipos de missões da Força Aérea que se espera de uma aeronave de combate.
Graças a essas características, o F-15E foi um sucesso de vendas. A Força Aérea dos Estados Unidos operam cerca de 220 unidades desse modelo, enquanto a Arábia Saudita possui 70 e a Coreia do Sul, 60. Apesar disso, o modelo original F-15 Eagle, com unidades em operação há quase 40 anos, é considerado obsoleto para os padrões atuais do Pentágono. Essas aeronaves precisam ser substituídas com urgência, já que estão próximas do fim de sua vida útil.
O dilema da substituição: altos custos e limitações desafiam o futuro da frota aérea dos EUA
Entretanto, substituir essas aeronaves apresenta um grande desafio. O F-22, por exemplo, está disponível em poucas unidades e é reservado para missões especiais de superioridade aérea, como interceptar aeronaves em rota de aproximação no espaço aéreo norte-americano. O F-35A, versão de pouso e decolagem convencional projetada para a Força Aérea, é extremamente caro e enfrenta atrasos na produção devido a problemas técnicos que demoraram anos para serem resolvidos.
Outra opção seria produzir mais unidades do F-15E Strike Eagle, mas essa solução também é cara. Além disso, o Pentágono não quer investir grandes quantias nesse modelo, já que a prioridade para a Força Aérea nas próximas décadas será o F-35A.
F-15EX Eagle 2: a ‘salvação’ eficiente e poderosa para a renovação da Força Aérea dos EUA
Foi nesse contexto que, em 2021, surgiu o F-15EX Eagle 2 para ‘salvar’ a Força Aérea dos EUA. Baseado na estrutura confiável do F-15 Eagle, o novo modelo recebeu uma aviônica completamente atualizada, nos padrões do F-15E Strike Eagle. Uma das principais inovações do F-15EX é sua incrível capacidade de transporte de armamentos, sendo capaz de carregar até 22 mísseis — um número impressionante para qualquer aeronave de combate.
A grande vantagem do F-15EX é ser um caça construído sobre uma estrutura já testada e comprovada, que é relativamente barata. Além disso, ele utiliza sistemas de aviônica avançados, mas que já são produzidos em massa para o F-15E Strike Eagle, o que reduz os custos. Com o F-15EX, a Força Aérea dos Estados Unidos terá o melhor de dois mundos: uma estrutura robusta e confiável, aliada à tecnologia de ponta.
O projeto é tão promissor que o Pentágono atualizou seu orçamento para 2024, encomendando 104 unidades do F-15EX. Esses caças substituirão os antigos F-15 Eagle ao longo dos próximos 10 anos, garantindo que a Força Aérea continue equipada para enfrentar os desafios do futuro.