A economia russa enfrenta desafios sem precedentes, com o setor de aviação civil em grave risco de colapso. Cerca de 26% do tráfego de passageiros pode ser impactado até 2025, com estimativas apontando para a falência de até 30 companhias aéreas. Essa é uma das crises mais graves enfrentadas pelo país, que já sofre com sanções internacionais e a perda de poder aquisitivo da população.
Desde o início da guerra na Ucrânia, as sanções ocidentais têm prejudicado severamente a aviação russa. A restrição ao acesso a peças de reposição e aeronaves de fabricação estrangeira resultou na redução significativa da frota civil. Em 2021, o país possuía cerca de 850 aviões em operação, número que caiu para 730 em 2023. Sem ações imediatas, quase metade dessa frota poderá estar inutilizável até 2026.
Um dos principais fatores para essa crise é o bloqueio de contratos de leasing de aeronaves estrangeiras. A impossibilidade de cumprir essas obrigações está acumulando dívidas nas companhias aéreas, que enfrentam a revogação de licenças de voo. Enquanto isso, o número de passageiros caiu 14% em comparação com os níveis pré-guerra, refletindo uma economia interna enfraquecida.
Para contornar o problema, o governo russo tem buscado alternativas inéditas, como permitir que companhias estrangeiras operem voos domésticos. Essa medida seria um marco histórico, pois a aviação interna sempre foi exclusividade das empresas nacionais. No entanto, a iniciativa é vista como um último recurso em meio ao agravamento da crise.
Embora a Rússia tenha anunciado planos de construir novos aviões nacionais, como o Tupolev Tu-214 e o Ilyushin Il-96-300, a realidade apresenta atrasos e falta de financiamento. A aposentadoria antecipada de aeronaves estrangeiras, prevista para começar em 2025, agrava o cenário, já que a ausência de peças de reposição dificulta a manutenção da frota atual.
Em busca de suporte, o país tem intensificado parcerias com o Cazaquistão, cuja aviação civil vive um momento de expansão. O vizinho está modernizando aeroportos e ampliando as operações da Air Astana, enquanto a Rússia depende cada vez mais de sua indústria aeronáutica. Sem soluções concretas, a perspectiva de um colapso no setor aéreo russo é alarmante.
Essa crise no setor de aviação civil reflete o impacto mais amplo das sanções na economia russa. A combinação de uma demanda interna em retração e uma infraestrutura aérea deteriorada ameaça não apenas o transporte de passageiros, mas também a estabilidade econômica regional.
Com informações de: money