Donald Trump, ex-presidente dos EUA, voltou ao cenário político ao derrotar Kamala Harris nas urnas e está a caminho de retornar à Casa Branca em 2025. Esse retorno à presidência promete gerar impactos significativos tanto na economia quanto na geopolítica global, influenciando diretamente na Bolsa, Dólar, China e Bitcoin, mercados financeiros internacionais. A seguir, analisamos as principais projeções e expectativas sobre o impacto dessa vitória.
Bolsa dos EUA dispara e Ibovespa cai: Promessas de Trump de redução de impostos movimentam o mercado
Logo após o anúncio da vitória, as bolsas de Nova York reagiram em alta, enquanto o Ibovespa registrou queda. A economista Andressa Durão, da ASA, avalia que essa valorização inicial nos mercados americanos está relacionada às promessas de Trump de reduzir impostos e promover a desregulamentação de setores-chave, incentivando o crescimento das empresas listadas nos Estados Unidos.
O economista John Plassard, do Grupo Mirabaud, crê que redução de impostos impulsionará lucros das empresas americanas, favorecendo o índice S&P 500. Setores beneficiados incluem combustíveis fósseis, farmacêutico e pequenas empresas (small caps), enquanto mercados europeu e china podem ser negativamente impactados.
A abordagem protecionista de Trump pode manter juros altos nos EUA, valorizando o dólar e reduzindo investimentos no Brasil. Marcos Moreira, da WMS Capital, alerta que juros altos nos EUA desviam capitais de mercados emergentes, prejudicando o Brasil. Essa combinação pode ser desfavorável para a economia brasileira, afetando negativamente o fluxo de investimentos. Além disso, a valorização do dólar pode aumentar a pressão inflacionária no Brasil, afetando a economia geral do país e de outras nações como a China.
Vitória de Trump eleva Treasuries e pressiona dólar: Relação entre EUA e China sob tensão
O Federal Reserve (Fed) deve adotar postura cautelosa com cortes de juros, com duas reduções de 25 pontos-base previstas. Isso valorizará o dólar podendo impactar na economia da China. Essa decisão do Fed é influenciada pela economia americana forte no 1º trimestre, com bons indicadores de atividade, inflação e mercado de trabalho. A postura conservadora do Fed impulsiona a valorização do dólar frente às principais moedas, mantendo sua força no mercado financeiro.
Retorno de Trump aumenta tensão com a China e pode impactar Commodities e Ibovespa
A relação entre os Estados Unidos e a China também pode enfrentar novos desafios. Trump prometeu tarifas de até 60% sobre produtos chineses, o que poderia afetar a economia da China e o comércio global. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, reiterou o desejo de uma “coexistência pacífica” com os EUA, mas especialistas são unânimes em apontar que a vitória de Trump aumenta as incertezas em torno dessa relação.
Um relatório do banco holandês ING aponta que o retorno do republicano ao poder pode pressionar a moeda chinesa e reduzir as exportações da China para os EUA. Esse movimento pode ainda impactar o preço de commodities metálicas, como cobre e minério de ferro, essenciais para a infraestrutura chinesa. A mineradora Vale, por exemplo, pode sentir os efeitos dessa dinâmica no Ibovespa.
Vitória de Trump eleva dólar e inflação no Brasil, reforçando desafios para a Política Fiscal
A eleição de Trump impulsionou o índice DXY, medidor do desempenho do dólar, enquanto o dólar à vista atingiu R$ 5,86 no Brasil. O retorno de Trump à Casa Branca aumenta expectativas de políticas protecionistas e gastos governamentais, pressionando não somente a China mas também o Real e inflação.
Para Gesner Oliveira, da GO Associados, o cenário externo exige política fiscal cautelosa no Brasil para equilibrar contas públicas e conter inflação.O aumento da taxa de juros pode ser uma medida necessária caso a inflação suba.
Bitcoin rompe recorde e pode alcançar US$ 100 mil com retorno de Trump à Casa Branca
China em alerta! No mercado de criptomoedas, o Bitcoin já rompeu um novo recorde histórico, atingindo US$ 75.361,09 logo após a vitória de Trump. Analistas projetam que um governo republicano favorável à regulamentação leve e à inovação tecnológica pode impulsionar ainda mais o Bitcoin. A analista técnica Ana de Mattos, parceira da Ripio, acredita que a criptomoeda pode buscar novas máximas, com um alvo de médio prazo em US$ 81.300 e a possibilidade de atingir US$ 100.000 em 2025.
Felipe Vallejo, da Bitso, alerta: investidores devem monitorar a evolução econômica dos EUA nos próximos meses devido a possíveis mudanças geopolíticas. A valorização do Bitcoin pode trazer ainda mais relevância às criptomoedas no sistema financeiro mundial, consolidando sua importância crescente.
Trump marca o início de incertezas e oportunidades econômicas, tanto para os EUA quanto para mundo, exigindo atenção redobrada de investidores e analistas globais.