O Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval-Reformado) Edson Arguelho da Silva comemorou seu 100º aniversário em uma cerimônia especial realizada no 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas (3ºBtlOpRib). De acordo com a Agência Marinha de Notícias, o militar é o praça mais longeva do Corpo de Fuzileiros Navais.
A continência durante o arriamento do Pavilhão Nacional no fim da tarde do dia 23 de outubro, em Ladário (MS), contou com o sinal da corneta e os sete vivas com o apito para celebrar o centenário do militar. “A Marinha é minha vida, minha segunda casa”, disse o fuzileiro.
A cerimônia contou com a presença do Comandante do 6º Distrito Naval, militares do Complexo Naval de Ladário, Banda de Música do Com6ºDN e familiares do homenageado. O evento contou ainda com a apresentação das crianças e adolescentes do Programa Forças no Esporte, do Ministério da Defesa.
A banda tocou em homenagem ao Terceiro Sargento a canção “Nossa Senhora”, de Roberto Carlos, considerada pelo militar, devoto da santa, um símbolo de proteção e fé. Já na hora dos parabéns, a banda tocou o hino do Fluminense, time do coração de seu Edson.
“Sinto-me honrado em celebrar o centenário de vida do veterano Fuzileiro Naval Edson. O militar é um exemplo de resiliência, sabedoria e coragem. Sua dedicação ao serviço, lealdade à Bandeira Nacional e amor à pátria são exemplos inspiradores para as novas gerações que buscam seguir seus passos”, declarou o Comandante do 6ºDN, Contra-Almirante Alexandre Amendoeira Nunes.
Emocionado, o veterano relembrou o passado com a canção “Na Vanguarda”, um hino dos Fuzileiros Navais. No encerramento da cerimônia, a tripulação prestou continência ao militar pelo seu 100º aniversário. Como resposta, o veterano bradou, com orgulho, “Adsumus”, lema dos Fuzileiros e que significa “aqui estamos!”.
100 anos de história
Edson Arguelho da Silva é natural de Ladário, estado do Mato Grosso do Sul. O veterano iniciou sua vida na marinha como Marinheiro-Recruta na 1ª Companhia Regional de Ladário. Seis meses depois foi promovido a Soldado Fuzileiro Naval.
No ano de 1944, ele foi um dos selecionados para realizar manobras e exercícios em preparo para a 2ª Guerra Mundial.
Em uma missão em Corumbá, ao dirigir um jipe, um grave acidente quase levou o veterano a morte, deixando com uma lesão óssea no braço, o que o levou a ser reformado.
De geração em geração
A vida militar de Seu Edson inspirou outros da família a seguirem pelo mesmo caminho. Com isso, quatro filhos, quatro netos e três bisnetos do Terceiro-Sargento tornaram-se militares. O Primeiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Wesley é um deles e relata que se inspirou no avô e no pai na hora de decidir o futuro. “Eu sempre tive um grande exemplo dentro de casa, não só do meu pai, mas também do meu avô Edson. Desde pequeno, via o orgulho quando nos mostrava fotos com o uniforme e as histórias que contava. Ele sempre dizia que ser militar não era apenas uma profissão, mas uma missão de vida. Acho que foi isso que me inspirou a seguir o mesmo caminho, a querer honrar o que ele e meu pai representam”, disse o neto do veterano que atualmente serve no Comando do 6º Distrito Naval e completou, neste ano, 26 anos de serviço ativo.