A Lockheed Martin Skunk Works alcançou um marco significativo na integração da inteligência artificial (IA) às operações de combate aéreo. Em uma demonstração inédita, a empresa realizou uma missão simulada combinando sistemas tripulados e não tripulados sob supervisão humana em tempo real.
O anúncio foi feito no dia 21 de novembro e destacou a atuação de um gerente de batalha a bordo, que emitiu comandos em tempo real para aeronaves controladas por IA usando uma interface touchscreen. Essa tecnologia, desenvolvida em parceria com a Universidade de Iowa, foi testada em um cenário de contramedidas ofensivas.
Durante os testes, um gerente de batalha no L-39 Albatros designou alvos para dois jatos L-29 Delfin controlados por IA. Trabalhando de forma colaborativa, as aeronaves eliminaram dois aviões inimigos simulados utilizando sistemas fictícios de armas, demonstrando o potencial da parceria entre humanos e máquinas no campo de batalha aéreo.
A iniciativa dá continuidade aos esforços da Lockheed Martin em explorar a autonomia baseada em IA para missões aéreas. Em testes anteriores, a empresa havia demonstrado o uso de algoritmos de IA em cenários de interceptação ar-ar, ampliando as capacidades tanto ofensivas quanto defensivas das aeronaves.
Esses avanços se somam aos resultados obtidos em setembro de 2023, quando aeronaves Aero Vodochody L-29 foram utilizadas para simular sistemas não tripulados e realizaram missões de bloqueio eletrônico controladas por IA. A empresa garante que seus sistemas seguem padrões abertos, permitindo compatibilidade com diversas plataformas.
O mais recente teste marca a primeira vez que um gerente humano supervisionou em tempo real as ações da inteligência artificial em uma missão aérea. Essa interação representa um avanço significativo no desenvolvimento de estratégias de combate que combinam o melhor das capacidades humanas e da IA.
A Força Aérea dos EUA (USAF) considera a IA uma revolução comparável à introdução da tecnologia stealth nos anos 1990. A expectativa é que, até 2028, uma frota de mais de mil aeronaves não tripuladas e controladas por IA esteja em operação.
Além das vantagens táticas, a adoção de aeronaves controladas por IA é motivada por questões de custo. Com o programa F-35 enfrentando atrasos e custos crescentes, a IA oferece uma alternativa mais viável economicamente para missões em espaços aéreos contestados.
Entre os avanços recentes, destaca-se o X-62A, uma aeronave modificada usada como plataforma de testes pela DARPA, Lockheed Martin e a USAF. Em 2022, esse modelo realizou o primeiro voo autônomo utilizando algoritmos de aprendizado de máquina, tornando-se essencial para experimentos futuros.
Apesar dos avanços, a autonomia da IA em decisões letais gera debates éticos. A USAF reforça que humanos continuarão a ter autoridade sobre o uso de armas e que salvaguardas éticas estão sendo implementadas para evitar consequências indesejadas.
Com essas iniciativas, a Lockheed Martin e a USAF estão moldando o futuro do combate aéreo, onde máquinas e humanos trabalham juntos para executar missões complexas, minimizando riscos e maximizando a eficácia em cenários cada vez mais desafiadores.
Com informações de: eurasiantimes