Uma misteriosa caixa encontrada no mar de Balneário Camboriú tem causado alvoroço nas redes sociais. O vídeo publicado no Instagram pelo perfil de Paulo Bomfim (@paulowakanda) viralizou rapidamente, acumulando milhares de curtidas e comentários.
As imagens mostram um objeto volumoso, de aparência inusitada, flutuando próximo à costa, enquanto curiosos tentam identificar sua natureza. As hipóteses sobre o objeto variam de restos de animais pré-históricos a resíduos de carga de navios antigos da Marinha.
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Entre as especulações, algumas pessoas acreditavam que o material poderia ser algo perigoso, comparando-o ao incidente com o Césio-137 em Goiânia. Comentários como o de @tom_alvareng4 alertavam para os riscos de tocar no objeto sem luvas ou qualquer conhecimento prévio.
Outros usuários, como @richardson.esb, indicaram que o item seria látex de um navio naufragado, algo que já foi registrado anteriormente no litoral nordestino.
O mistério se intensificou quando outros internautas começaram a compartilhar experiências semelhantes. Muitos afirmaram que objetos parecidos já haviam aparecido em praias do Ceará, Rio Grande do Norte e até em Salvador.
O internauta @arthurb4stos relacionou o achado ao SS Rio Grande, um navio mercante alemão da Marinha nazista afundado durante a Segunda Guerra Mundial, mas o público ainda parecia dividido sobre a veracidade dessa teoria.
Os rumores sobre a origem do objeto só aumentaram com a contribuição de especialistas em oceanografia e história militar. Informações publicadas no passado em veículos como O Globo reforçam que tais objetos podem, de fato, estar ligados à Marinha nazista durante o conflito global.
O professor Carlos Peres Teixeira, da Universidade Federal do Ceará (UFC), explicou que fardos de borracha são frequentemente encontrados no litoral brasileiro. Segundo ele, esses itens são remanescentes de navios afundados pela Marinha americana em ações de combate contra a Alemanha nazista no Oceano Atlântico.
De acordo com Teixeira, o navio da Marinha alemã transportava látex, cobalto e estanho como matéria-prima para o esforço de guerra nazista.
Os fardos de látex eram utilizados na fabricação de pneus e armamentos. Apesar de terem permanecido submersos por décadas, o desgaste gradual do casco permitiu que parte da carga se soltasse e fosse levada pelas correntes marítimas até as praias brasileiras.
No caso mais recente, em Balneário Camboriú, os relatos sugerem que a correnteza atípica pode ter levado o objeto ao sul do país. Essa é uma ocorrência rara, já que a maioria dos fardos costuma aparecer em regiões do Nordeste, como as praias de Coruripe, Alagoas, e Praia do Flamengo, em Salvador.
O especialista também alertou para os riscos ambientais associados a navios naufragados, que podem liberar substâncias tóxicas ao longo do tempo, algo particularmente preocupante no caso de embarcações militares da época.
Entre os comentários mais populares no Instagram, alguns traziam humor, enquanto outros refletiam preocupações. O perfil @evandro8949_mtb_speed, por exemplo, ironizou ao dizer que o conteúdo da caixa poderia ser “o couro dos pobres que Lula tirou da miséria”, em uma alusão política.
Já @rafael_luraev_caiaque afirmou com convicção que os fardos eram “látex exportação compactados”, remetendo à carga da Marinha nazista.
Ainda que o mistério da caixa de Balneário Camboriú tenha sido desvendado como parte da carga de látex de um navio afundado da Marinha nazista, o fascínio em torno do caso mostra como eventos inusitados podem capturar a atenção do público.
Milhares de pessoas acompanharam a discussão e as teorias, reforçando o poder das redes sociais na disseminação de informações — ou desinformações — em tempo real.
Com isso, o caso serve como um lembrete de que o oceano guarda muitos segredos e que a história, mesmo décadas após os eventos, continua a emergir de maneiras inesperadas.
Afinal, como bem alertou o oceanógrafo, há centenas de navios da Segunda Guerra Mundial naufragados no Atlântico, e nem todos carregam cargas tão inofensivas quanto fardos de borracha.