A China tem demonstrado seu poder militar ao atualizar equipamentos da Guerra Fria, como o bombardeiro H-6, para competir diretamente com os EUA. Essa estratégia reflete a combinação de tecnologias modernas com armamentos históricos, colocando a supremacia militar americana em alerta. Durante os recentes exercícios militares batizados de “Joint-Sword 2024B”, realizados em outubro ao redor de Taiwan, a China mobilizou uma impressionante frota composta por aeronaves avançadas, navios de guerra e mísseis. Entre as armas destacadas estava o bombardeiro H-6, cuja origem remonta aos primeiros anos da Guerra Fria.
Este modelo, inspirado no soviético Tupolev Tu-16, foi amplamente atualizado e continua sendo produzido pela China. O H-6 agora é capaz de carregar mísseis balísticos com ogivas nucleares e armamentos de longo alcance, como mísseis antinavio e de ataque terrestre.
Além disso, algumas versões possuem capacidade de reabastecimento em voo, aumentando significativamente seu alcance. Isso permite que o H-6 decole do território chinês e alcance alvos estratégicos, como a base militar americana em Guam, localizada no Pacífico Ocidental.
EUA e Taiwan em alerta: manobras chinesas com H-6 reforçam poder de defesa estratégica
Durante as manobras, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou a presença de 153 aeronaves militares chinesas, incluindo grupos de H-6 que realizaram ataques simulados ao redor da ilha. Essas ações foram vistas como um aviso severo às lideranças taiwanesas que defendem a independência.
Diferentemente dos Estados Unidos, que encerraram a produção do bombardeiro B-52 em 1962, a China manteve o H-6 em produção ativa por décadas. Atualmente, estima-se que a força aérea chinesa tenha cerca de 230 desses bombardeiros.
Especialistas, como Thomas Shugart, apontam que esses aviões desempenham um papel central na doutrina militar chinesa, que inclui ataques coordenados contra alvos estratégicos, como portos, bases militares e pistas de decolagem.
Avanço tecnológico que reforça a estratégia militar Chinesa no Pacífico
Imagens da emissora estatal CCTV revelaram o uso coordenado do H-6 com drones de vigilância WZ-7, que invadem defesas aéreas e fornecem dados para ataques precisos. Em setembro, um desses exercícios mostrou o disparo bem-sucedido de um míssil antinavio, evidenciando a ameaça que o H-6 representa tanto em conflitos terrestres quanto marítimos.
Além disso, o modelo modernizado foi adaptado com fuselagens reforçadas, motores mais potentes e armamentos de última geração. Segundo especialistas, essas modificações tornam o H-6 uma peça fundamental na estratégia chinesa para impor sua presença militar no Pacífico.
Patrulhas conjuntas reforçam confiança militar entre China e Rússia
A China tem utilizado o H-6 como uma ferramenta de demonstração de força, de maneira semelhante ao uso do B-52 pelos Estados Unidos. Em julho, uma patrulha conjunta entre dois bombardeiros H-6 chineses e dois Tu-95 russos foi interceptada perto do Alasca por caças americanos e canadenses. Esse evento, ainda que não representasse uma ameaça direta, destacou a crescente confiança militar da China em coordenação com a Rússia.
EUA e China divergem sobre objetivos militares na região de Taiwan
O Pentágono monitora de perto esses movimentos. O major Pete Nguyen afirmou que os Estados Unidos estão preparados para responder a qualquer ameaça. Por outro lado, o Ministério da Defesa da China insiste que essas operações visam melhorar a coordenação entre suas forças aéreas e nega qualquer intenção agressiva a ilha de Taiwan.