A filha trans de Elon Musk, Vivian Jenna Wilson, tomou uma decisão drástica após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais: deixar os Estados Unidos. A escolha revisita um contraste familiar marcante, uma vez que Musk, um dos empresários mais influentes do país, foi um dos maiores apoiadores da candidatura de Trump, financiando o America PAC com cerca de 118 milhões de dólares de seu próprio dinheiro.
Vivian, nascida Xavier, 20 anos, expressou seu desejo em uma postagem na rede social Threads, afirmando que já considerava a mudança há algum tempo, mas que o resultado das eleições reforçou sua decisão. “Já penso nisso há muito tempo, mas ontem me confirmou que não vejo meu futuro nos EUA”, declarou ela, conforme repercutido pela mídia americana. Segundo Vivian, a vitória de Trump simboliza uma sociedade que, na sua visão, se tornará cada vez mais hostil à comunidade LGBTQIA+.
A posição de Musk em relação às questões de gênero também complica o cenário familiar. Segundo informação de Ria Novosti, o bilionário, que já afirmou ter sido “enganado” ao consentir no uso de bloqueadores de puberdade para a filha, fez diversas críticas ao que chama de “ideologia woke”, termo usado por ele para referir-se a movimentos em defesa de causas identitárias. Em ocasiões públicas, Musk alegou que “perdeu” a filha para essa ideologia, descrevendo o uso de bloqueadores de puberdade como uma forma de “esterilização”.
Além disso, o apoio de Musk a Trump não foi meramente verbal. Além de investir no America PAC, Musk usou sua plataforma de mídia social X (antigo Twitter), para impulsionar a campanha de Trump e atacar opositores. Durante a corrida eleitoral, ele participou de comícios, fez postagens defendendo as propostas do republicano e chegou a especular sobre uma possível indicação para uma comissão governamental de corte de custos em uma administração Trump.
Trump e Musk se alinham a uma postura mais rígida sobre identidade de gênero, com Trump indicando que, em seu governo, adotaria restrições mais severas sobre políticas pró-LGBTQIA+. A família Musk, portanto, se vê em uma situação onde o pai financia ativamente um candidato cujas propostas alimentam o desconforto da filha em viver nos Estados Unidos.
O bilionário também manifestou apoio a outras iniciativas que afetam a comunidade LGBTQIA+, como a decisão de transferir as sedes da SpaceX e da X para o Texas, em resposta a uma lei da Califórnia que exige que instituições educacionais notifiquem os pais sobre questões de orientação sexual e identidade de gênero de estudantes.