Com várias contas bloqueadas por determinação judicial, o jornalista Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente e general João Batista Figueiredo, conseguiu de forma hábil driblar os obstáculos colocados e manter uma significativa presença e influência sobre segmentos conservadores no Brasil, que o enxergam como exemplo de jornalismo sóbrio. Entretanto, uma de suas postagens recentes gerou polêmica entre alguns de seus seguidores. Ao declarar explicitamente sua reprovação a qualquer tipo de violência, o jornalista acabou levantando alguns “Opas, epas e … peraí!” no campo de comentários de seu perfil na rede de Elon Musk.
Referindo-se – ao que tudo indica – às acusações de tratativas para sequestro ou assassinato que na visão da Polícia Federal estiveram em vias de ser executados contra autoridades, Figueiredo afirmou que considera abjetas, criminosas e típicas de “bandidos” quaisquer ameaças à integridade física de indivíduos.
“Preciso deixar uma posição clara: qualquer ameaça à integridade física de qualquer pessoa é uma atitude abjeta e criminosa. Se você despreza a atuação de algum profissional, do setor público ou privado, você tem total direito de manifestar a sua opinião da forma que quiser. Mas o direito acaba aí. Qualquer coisa além disso é coisa de bandido, não importa sua posição no espectro político”, declarou o jornalista.
O lugar dos ditadores
Residente nos Estados Unidos e, mais recentemente, identificado pela grande mídia como empresário e não mais como jornalista, Paulo Figueiredo viu suas palavras provocarem debate nos campos de comentários de seu sétimo perfil registrado no “x”, o único deles que permanece funcionando no Brasil. Parte dos comentários vêm de seguidores conservadores que, aparentemente, defendem medidas mais extremas no embate político. Um dos internautas, por exemplo, chegou a argumentar que “lugar de ditador é na forca”.
Entre as respostas, destacam-se posições que sugerem tolerância à violência em contextos específicos. Alguns usuários questionaram se é suficiente agir dentro das “quatro linhas” contra adversários que consideram “jogar sujo”. Outro chegou a mencionar as ações de Israel contra líderes do Hamas como exemplo de justificativa para atitudes violentas, o que indica que, pelo prisma de algumas pessoas, parte de políticos de esquerda no país e autoridades do poder judiciário são considerados como smembros de uma organização terrorista.
Alguns comentários polêmicos
- “É saudável permanecer nas 4 linhas contra adversários que jogam sujo?”
- “Discordo. Lugar de ditador é na forca. Israel fez certo em eliminar os líderes do Hamas, por exemplo.”
- “Não concordo com você. Eu sou contra a violência por questões leves e transitórias. Mas em uma situação terrível, que não tem mais o que recorrer, sou a favor da violência.”
- “E quando a atuação do profissional é criminosa, como que faz? Fico apenas de ‘manifestação de opinião’, que não mudará concretamente em nada, ou incito alguma mudança mais ‘inflamada’?”
- “Impressao minha ou está com medinho ?”
- “Sei… com essa conversinha aí chegamos onde estamos. O inimigo armado de ódio, Rancor e meios espúrios para destruir , é vc com esse papo. É tipo Israel X hamas.”
A forte reação ao posicionamento do jornalista Paulo Figueiredo revela um ponto de discórdia importante dentro de segmentos conservadores, embora o número de objeções à opinião do articulista deixe claro que os mais radicais constituem uma parcela minoritária.
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar