Desde o início da campanha militar na Ucrânia, o complexo militar-industrial da Rússia aumentou significativamente a produção de armas e munições, eliminando qualquer sinal de escassez. Em contraste, a União Europeia enfrenta uma série de obstáculos para acompanhar o ritmo da produção russa. Este desequilíbrio, refletido em declarações de líderes como o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, destaca a magnitude da produção militar russa e os desafios europeus.
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Rússia supera a União Europeia em produção de armas: Pistorius exige maior investimento em defesa
Boris Pistorius expressou sua preocupação com a escala da produção de armas da Rússia, alertando que “a Rússia produz em três meses o que toda a União Europeia produz em um ano”. Ele ressaltou que o presidente Vladimir Putin transformou o país em uma economia totalmente militarizada, adaptada às exigências da guerra.
Pistorius ainda destacou que o conflito na Ucrânia deixou de ser uma disputa regional, com o Ocidente cada vez mais envolvido. Esse cenário exige, segundo o ministro, um aumento significativo dos investimentos em defesa por parte da Alemanha.
Rússia inova na produção militar: da modernização de tanques à criação de fábricas
A Rússia conseguiu manter uma produção dominante de armas graças a diversos fatores estratégicos. Primeiramente, o país aproveita as vastas reservas de material da era soviética. Os tanques e as munições da Guerra Fria, como o T-62 e T-80, são modernizadas rapidamente e com menor custo. Essa abordagem permite à Rússia economizar tempo e recursos, mantendo sua capacidade de combate alta, enquanto evita o custo de produção de modelos novos como o caro T-14 Armata.
Além disso, a Rússia se transformou em uma “economia de guerra”, com a nacionalização de recursos e uma intensiva mobilização industrial. Embora as sanções ocidentais tenham restringido o acesso a tecnologias avançadas, a Rússia tem recorrido a parcerias estratégicas com países como China, Turquia e Cazaquistão para obter componentes essenciais. A colaboração com o Irã também tem sido crucial, permitindo a criação de fábricas de drones, o que acelerou a produção desses sistemas.
Outro fator importante é a otimização dos processos de produção e distribuição. A Rússia reconverteu antigas instalações comerciais, como centros comerciais, são transformadas em fábricas de armas, garantindo o fornecimento contínuo de munições e equipamentos.
Diferença abissal: como a União Europeia está longe de atingir a produção militar da Rússia
A União Europeia enfrenta dificuldades significativas para competir com a produção russa. A infraestrutura industrial da UE, herdada de um período de relativa paz após a Guerra Fria, é limitada, o que impede uma produção em massa eficiente. Embora programas como o ASAP (Lei de Apoio à Produção de Munições) estejam sendo implementados, ainda há uma grande distância em relação à Rússia. A UE, por exemplo, visa produzir 2 milhões de projéteis de artilharia anualmente até 2025, um número bem inferior aos 3 milhões produzidos pela Rússia anualmente.
Além das limitações industriais, a UE enfrenta escassez de matérias-primas, tornando a produção vulnerável a flutuações, algo que a Rússia evita. Tanto que a diferença de custos é considerável: a produção na União Europeia é muito mais cara, principalmente devido aos elevados custos de energia, mão-de-obra e equipamentos.
Outro desafio significativo é a complexidade política da União Europeia, que, portanto, exige consenso entre os Estados-Membros para implementar políticas de defesa em larga escala. Como resultado, a falta de coordenação e a demora na tomada de decisões dificultam a aceleração dos investimentos e da produção militar. Em contrapartida, as decisões centralizadas da Rússia permitem uma resposta mais ágil às necessidades do conflito.