Dessa forma, nesta terça-feira, as bolsas de Nova York tiveram um dia de realização de lucros, após uma sequência de fechamentos recordes. Isso ocorreu na esteira da recente eleição de Donald Trump. As bolsas americanas fecharam em queda, refletindo essa realização. Os investidores demonstraram predileção por renda fixa em um cenário em que o dólar se mantinha estável.
Com isso, a alta dos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) impactou o movimento de baixa. O índice Dow Jones recuou 0,86%, fechando a 43.910 pontos. O S&P 500 teve uma queda de 0,29%, encerrando a 5.984 pontos. Por sua vez, o índice Nasdaq fechou em leve queda de 0,09%, aos 19.281 pontos.
Após ata do Copom, juros futuros
A ata do Copom apresentou um tom mais duro e confirmou a continuidade do ciclo de alta dos juros no Brasil. Esse cenário elevou os juros futuros nesta terça-feira deixando em alerta os investidores.
De acordo com Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, a perspectiva trazida pelo documento fez com que todos os contratos futuros de juros para janeiro, entre 2026 e 2030, fossem negociados acima de 13%.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 13,185% (ante 13,115% no fechamento de segunda-feira). Os movimentos de alta foram observe ofertas para outros anos.
- Para janeiro de 2027, o DI avançou a 13,345% (ante fechamento de 13,20%).
- Já em janeiro de 2028, foi a 13,26% (ante fechamento de 13,10%).
- Em janeiro de 2029, o fechamento foi a 13,165% (ante fechamento de 12,975%).
- E janeiro de 2030, a taxa subiu para 13,09% (ante fechamento de 12,91%).
- Ibovespa Recua, Com Alta de Juros Futuros e Forte Queda de Vale
O Ibovespa fechou em queda de 0,14%, a 127.411 pontos. Esse desempenho foi pressionado pela alta dos juros futuros e pela queda de ativos importantes. As ações ligadas ao consumo doméstico, como varejistas, construtoras e ativos do setor de educação, recuaram. Esses ativos são mais sensíveis às variações nas taxas de juros.
Por exemplo, a Cogna (COGN3) caiu 5,41%; Yduqs (YDUQ3) teve queda de 3,42%; MRV (MRVE3) recuou 1,83%; e Magazine Luiza (MGLU3) apresentou baixa de 1,81%. A forte queda de 2,27% da Vale (VALE3) — ação de maior peso do Ibovespa — também impactou o índice.
Entretanto, o avanço das ações da Petrobras contribuiu para mitigar a baixa e chamar atenção dos investidores. Petrobras ON (PETR3) subiu 0,97%, enquanto Petrobras PN (PETR4) ganhou 1,88%.
Dólar fecha estável à espera dos anúncios fiscais
O dólar registrou leve alta de 0,01%, em um dia marcado pela volatilidade da moeda. Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, ponderou que as expectativas quanto à divulgação do pacote de gastos pelo governo federal impactaram o mercado. Essa indefinição fez com que o dólar mantivesse uma lateralização.
A ata do Copom, como explicou Quartaroli, não afetou tanto o câmbio. No cenário internacional, o dólar apresentou força perante as principais moedas, impulsionado pela eleição de Donald Trump. Frente ao euro, por exemplo, a moeda americana se valorizou 1,07%.
Na tarde, o Ibovespa e o dólar operavam em leve alta. O índice recuava 0,04%, a 127.819 pontos. O dólar subia 0,34%, cotado a R$ 5,789.
É verdade que, apesar da alta dos ativos da Petrobras, a queda de Vale e dos ativos ligados à economia interna limita a valorização do índice. A moeda perdeu força pela manhã com notícias sobre cortes de gastos, incluindo o ministério da Defesa.
Entretanto, a desconfiança do mercado sobre a demora dos anúncios sobre ajustes mantém o dólar em território positivo.
Apesar da alta das ações da Petrobras contribuírem para um leve equilíbrio, o recuo dos papéis de maior peso, como a Vale, e a indefinição sobre ajustes fiscais no cenário nacional mantêm o Ibovespa em uma trajetória de desaceleração e chama atenção dos investidores.
A pressão do dólar também é reforçada pelas incertezas tanto internas quanto externas, como a influência de políticas fiscais nos Estados Unidos. Assim, a expectativa em torno de possíveis anúncios fiscais no Brasil continua a impactar tanto o mercado de ações quanto os negócios com câmbio.
O mercado permanece em vigilância e aguardando maiores clarezas sobre a política fiscal, que era a razão principal das movimentações neste período.