Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, em uma impressionante reviravolta política que deixou o país e o mundo em choque. O magnata e ex-apresentador de TV, aos 78 anos, se torna o presidente mais velho a assumir o cargo e o primeiro com histórico criminal, após derrotar a democrata Kamala Harris, vice-presidente em exercício e primeira mulher negra e sul-asiática a disputar a presidência. A vitória de Trump representa uma volta ao poder que muitos especialistas consideravam improvável, especialmente após sua derrota para Joe Biden em 2020 e uma série de escândalos e processos criminais.
Trump conquistou estados-chave, como a Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia, garantindo uma vantagem crucial que consolidou seu retorno à Casa Branca. Por volta das 2h da manhã (horário de Washington), ele apareceu em um evento de comemoração na Flórida, onde declarou vitória, cercado por familiares e aliados próximos, incluindo seu vice-presidente, o senador conservador J.D. Vance, de Ohio. “Este é o maior movimento político da história”, afirmou Trump ao público, prometendo uma nova era de segurança e prosperidade para os Estados Unidos.
Durante a campanha, Harris destacou a defesa dos direitos reprodutivos e as liberdades pessoais como pontos centrais de seu plano de governo, tentando mobilizar eleitores com uma mensagem de esperança e união. Sua derrota, porém, ecoa a frustração dos eleitores democratas, semelhante ao que ocorreu com Hillary Clinton em 2016. Harris ainda deve discursar em resposta ao resultado, mas analistas já apontam sua perda como um golpe significativo para o partido democrata, que buscava renovar a confiança dos eleitores na administração Biden.
A vitória de Trump reacende discussões sobre sua postura internacional e o impacto de suas políticas, vistas como polêmicas e imprevisíveis. Líderes de outras nações acompanham com apreensão a volta de um presidente que, anteriormente, se aproximou de figuras autoritárias, como Vladimir Putin e Kim Jong-un. Sua retórica, por vezes marcada por discursos nacionalistas e críticos à imigração, alimenta um cenário de incertezas tanto para os Estados Unidos quanto para seus aliados estrangeiros.
Republicanos também recuperaram o controle do Senado, embora o resultado da Câmara dos Representantes ainda seja incerto. Isso significa que Trump poderá encontrar menos resistência para implementar políticas internas, como prometeu em seu discurso de vitória. Ele indicou que pretende endurecer as políticas de imigração, aumentar a segurança nas fronteiras e promover uma “idade de ouro” para a América. Em contraste, sua adversária Harris buscou consolidar avanços nas áreas de saúde e educação, sem sucesso.
A surpreendente vitória de Trump ocorre em um contexto único na história recente dos Estados Unidos, com o ex-presidente enfrentando diversas acusações criminais, incluindo 34 condenações por ocultação de pagamentos ilegais a figuras públicas. Em vez de prejudicar sua campanha, esses processos parecem ter fortalecido seu apoio entre eleitores de base conservadora, especialmente entre o público evangélico e a classe trabalhadora branca.
A eleição foi marcada por um clima tenso, com eventos inesperados, como um atentado frustrado contra Trump em um comício e o apoio público de grandes empresários, incluindo o bilionário Elon Musk, que direcionou recursos a eleitores de estados-chave. Essa polarização reflete um momento de intensa divisão social nos Estados Unidos, com Trump sendo aclamado como um herói por parte do eleitorado, enquanto outro grupo enxerga sua vitória com apreensão e descontentamento.
Kamala Harris assumirá a responsabilidade de presidir a sessão conjunta do Congresso em janeiro, quando os resultados eleitorais serão formalmente certificados. Essa será uma ocasião histórica, pois Harris passará o bastão para J.D. Vance, seu sucessor como vice-presidente. Essa transição é vista como um reflexo das profundas divisões políticas que marcam a sociedade americana atual.
A posse de Trump como o 47º presidente será um evento marcado pela atenção mundial e poderá desencadear manifestações populares, devido ao seu discurso acirrado e promessas de retaliação a opositores políticos. A continuidade de sua plataforma política, caracterizada por um populismo nacionalista, promete uma administração controversa e intensamente vigilante sobre temas de imigração, segurança nacional e, possivelmente, intervenções militares internas.
A volta de Trump ao poder também representa um momento único na história dos Estados Unidos, sendo ele o segundo presidente a ocupar o cargo em mandatos não consecutivos, após Grover Cleveland. As próximas semanas serão decisivas para o clima político americano, com expectativas altas sobre a postura de Trump e as políticas que ele buscará implementar a partir de sua posse.
Com informações de: Theguardian