A corrida pela modernização da aviação militar no Brasil revelou não apenas disputas tecnológicas, mas também estratégicas e diplomáticas, envolvendo potências globais como Estados Unidos, França, Suécia e Rússia. Por trás da escolha do caça Gripen, uma história fascinante de negociações, transferência de tecnologia e rivalidade internacional transformou o futuro da Força Aérea Brasileira, marcando um divisor de águas para o país.
Falando do caça Gripen, confira a recente vitória histórica da Força Aérea Brasileira que está dando o que falar na imprensa internacional! Caças Gripen da FAB derrotaram os F-15 dos EUA, um dos caças mais poderosos do mundo.
A corrida para substituir os caças Mirage e F-5: o início de uma nova era na aviação militar da Força Aérea brasileira
Desde o início da década de 90, a Força Aérea Brasileira (FAB) estava ciente de que a vida útil dos caças Mirage III e F-5 estava chegando ao fim. Isso levou ao início dos planos para substituí-los, resultando no lançamento do programa FXBR, em 1991.
No início do programa, foram consideradas quatro opções: projetar e fabricar um novo caça no Brasil; participar de um programa já existente; produzir localmente uma aeronave estrangeira; ou adquirir diretamente. A opção escolhida, na época, foi a compra direta. A FAB recebeu propostas de fabricantes como a McDonnell Douglas, com o F-18, e a Mikoyan, com o MiG-29. Também houve comunicação informal sobre o Lockheed Martin F-16 e o Dassault Mirage 2000.
No entanto, o tempo passou sem que uma decisão fosse tomada pela FAB e pelo governo brasileiro. Como solução temporária, optou-se por modernizar os F-5 e comprar 12 caças Mirage 2000-B/C de segunda mão, adquiridos da França entre 2005 e 2013.
O programa FX-2 e a escolha do caça Gripen
No início dos anos 2000, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano de adquirir novos caças para a FAB foi reformulado. Em 2006, foi criado o programa FX-2, que exigia a transferência total de tecnologia e, posteriormente, a capacidade de produção local da aeronave no Brasil, com possibilidade de exportação para o mercado sul-americano.
Em 18 de dezembro de 2013, o governo brasileiro, sob a administração de Dilma Rousseff, anunciou a escolha do Saab JAS 39 Gripen E. Apesar de ser um projeto em fase inicial de desenvolvimento, foi considerado a melhor opção para atender às demandas estratégicas da FAB. O Gripen destacava-se por oferecer transferência irrestrita de tecnologia, direitos de produção total no Brasil e um custo operacional relativamente baixo, estimado em cerca de 4.500 dólares por hora de voo.
Outras propostas e suas limitações
- Boeing F-18 Super Hornet:
Embora tecnologicamente avançado e testado em combate, a proposta americana limitava a transferência de tecnologia e não incluía produção local. Além disso, o custo operacional elevado, cerca de 22 mil dólares por hora de voo, pesou contra essa opção. - Dassault Rafale:
A França ofereceu transferência de tecnologia ampla e montagem local em parceria com a Embraer. No entanto, o alto custo operacional, estimado em 45 mil dólares por hora, tornou a proposta inviável financeiramente para a FAB. - Sukhoi Su-35:
Apesar das características técnicas excepcionais, o Su-35 foi excluído por razões políticas e pela incompatibilidade com os sistemas de defesa nacionais. O alto custo operacional, cerca de 65 mil dólares por hora de voo, também foi um empecilho.
Vantagens do Gripen para a Força Aérea Brasileira
- Aumento da capacidade operacional:
O Gripen pode decolar em pistas de 500 metros, tem alcance de 3.000 km e velocidade máxima de 2.450 km/h. Transporta até 5,3 toneladas de armamentos com um raio de ação de 800 km. - Participação de empresas brasileiras:
Empresas como Embraer, Akaer e AEL Sistemas participam do projeto, garantindo transferência de tecnologia e produção local. - Geração de empregos:
Estima-se a criação de 2.200 empregos diretos no setor aeroespacial e até 14.650 postos em outros setores da economia. - Inserção no mercado mundial de defesa:
O programa fortalece a capacidade do Brasil de competir no mercado global de defesa, estimado em 370 bilhões de dólares nos próximos 30 anos.
A escolha do Gripen foi estratégica para a Força Aérea Brasileira, permitindo modernizar sua frota aérea e integrar o país à elite dos fabricantes de aeronaves de combate. Essa decisão solidifica a posição do Brasil no mercado global e reforça sua defesa nacional. Gostou do conteúdo? Não se esqueça de se inscrever para receber ar notificações do Sociedade Militar