A BAE Systems revelou recentemente o inovador Littoral Strike Craft (LSC), uma embarcação projetada para transformar operações de combate em ambientes costeiros. Apresentado durante a exposição Euronaval 2024, em Paris, o LSC foi concebido como uma solução multifuncional para missões de inserção de força e capacidades em terra, mesmo em cenários hostis.
O conceito vai além das tradicionais embarcações de desembarque, como explicou Dr. Mike Dalzell, chefe de inovação e tecnologia da BAE Systems Maritime Services: “Jogamos fora tudo o que sabíamos sobre embarcações de desembarque e começamos do zero. É por isso que o chamamos de Littoral Strike Craft”. A embarcação foi projetada para operar tanto a partir de grandes plataformas anfíbias quanto de infraestruturas costeiras.
Um dos grandes diferenciais do LSC é sua capacidade de atuar em áreas negadas e altamente protegidas por sistemas antiacesso (A2/AD). Com um design que privilegia velocidade, furtividade e autonomia, a embarcação pode ser lançada de “naves-mãe” posicionadas longe do alcance inimigo, atravessando com agilidade zonas perigosas até alcançar regiões costeiras.
O LSC também pode operar como uma plataforma de lançamento para sistemas não tripulados, sensores e armamentos avançados. Essa versatilidade permite que a embarcação conduza operações de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) e até mesmo missões de ataque com equipamentos autônomos ou tripulados, integrados a uma rede de sensores distribuídos.
Com um comprimento entre 18 e 20 metros e um deslocamento de 30 a 50 toneladas, o design do LSC foi planejado para suportar operações de múltiplos dias. A embarcação é equipada para transportar equipes de ataque, veículos ou cargas modulares, utilizando um sistema de embarque e desembarque rápido por meio de uma abordagem Roll-on/Roll-off.
A capacidade de navegar a uma velocidade de cruzeiro entre 20 e 30 nós, com picos acima de 30 nós, é um ponto crucial para o sucesso em ambientes hostis. Além disso, sua autonomia de até 300 milhas náuticas e o foco no conforto operacional garantem que tropas e equipamentos desembarquem em condições “aptas para combate”.
Outro aspecto importante do conceito é a operação autônoma. O LSC pode funcionar com tripulação reduzida, ser controlado remotamente ou operar de forma totalmente autônoma, utilizando o sistema integrado de autonomia Nautomate da BAE Systems. Essa flexibilidade operacional amplia as possibilidades de uso da embarcação em missões perigosas ou de longa duração.
Além de suas funções ofensivas, o LSC pode atuar na proteção de forças-tarefa e em missões de despistamento, integrando sensores e sistemas de armas, como lançadores de foguetes guiados ou estações de armas remotas com canhões leves. A integração com aeronaves e embarcações maiores fortalece o papel do LSC em operações coordenadas.
O design modular da embarcação permite rápida adaptação para diferentes missões. Caso veículos não sejam transportados, o espaço pode ser utilizado para cargas específicas, como sistemas de sensores ou armamentos montados em paletes. Isso proporciona aos operadores flexibilidade para responder rapidamente a demandas emergentes no campo de batalha.
Dr. Dalzell destacou que o LSC ainda está em fase avançada de conceito, com várias opções de desenvolvimento em análise. A BAE Systems planeja continuar refinando o design por meio de simulações e testes, buscando explorar todo o potencial da embarcação em operações reais.
Com o Littoral Strike Craft, a BAE Systems propõe um novo paradigma para operações em zonas costeiras, unindo tecnologia de ponta e versatilidade operacional. O projeto promete redefinir a forma como forças militares realizam ações de ataque, defesa e projeção de poder em ambientes desafiadores.
Com informações de: navalnews