Um escândalo envolvendo a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) está em curso após denúncias de que funcionários da agência receberam orientação para evitar prestar socorro à casas de apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
O fato se deu durante uma operação de auxílio em Lake Placid, Flórida, após o furacão Milton. A orientação foi dada pela supervisora Marn’i Washington. A supervisora instruiu os trabalhadores a “evitar casas [de moradores] apoiando Trump”, durante as visitas de avaliação de danos causados pela tempestade. Quem revelou as mensagens internas foi o jornal The Daily Wire.
Ordem discriminatória
De acordo com denunciantes que conversaram com o The Daily Wire, a orientação foi transmitida verbalmente e por meio de mensagens em grupo. A supervisora ordenou explicitamente que os trabalhadores de assistência social não visitassem casas que exibissem bandeiras ou cartazes de apoio a Trump. Pelo menos 20 residências foram ignoradas durante a operação, o que impediu que seus moradores se qualificassem para o auxílio federal.
Conforme um dos relatos, um funcionário da FEMA afirmou que achou “inacreditável” que tal discriminação acontecesse dentro do governo federal. Principalmente, enfatizou o relato, em um momento tão vulnerável para os cidadãos afetados pelo desastre. De acordo com uma testemunha, “me voluntariei para ajudar vítimas de desastres, não para discriminá-las. Não importa quem eles apoiam, todos merecem a mesma ajuda”.
Investigação
A denúncia rapidamente ganhou atenção de figuras políticas, especialmente republicanos, que exigem uma investigação completa sobre as ações da FEMA. O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou que sua administração, por meio da Divisão de Gerenciamento de Emergências, iniciaria imediatamente uma investigação para apurar o caso. DeSantis classificou o incidente como uma “discriminação seletiva”, prometendo tomar providências para garantir que isso não se repetisse.
A senadora Marsha Blackburn (TN) e o senador James Lankford (OK) também confirmaram as denúncias e pressionaram por uma ação imediata.
Após a revelação do incidente, um porta-voz da FEMA expressou profunda indignação e afirmou que a agência estava tomando “medidas extremas” para corrigir a situação. De acordo com um comunicado, a FEMA esclareceu que removeu a supervisora responsável pela orientação de suas funções, Marn’i Washington, enquanto a investigação prossegue. A agência também garantiu que todos os moradores afetados pela ação de discriminação receberiam a assistência devida.
De acordo com o porta-voz da FEMA, a agência está “profundamente perturbada por esse incidente. Embora acreditamos que tenha sido uma falha isolada, tomamos medidas para garantir que isso não aconteça novamente”.
O incidente, além de gerar um forte debate sobre a politização do governo, coloca em questão os padrões de responsabilidade dentro de agências federais. Além disso, enfatiza a necessidade de garantir que toda ajuda chegue ao seu destino de forma imparcial e sem preconceitos políticos.