Os Estados Unidos chocam o mundo e deram um passo ousado no apoio ao Exército da Ucrânia. A administração Biden finalmente aprovou o uso de mísseis de longo alcance da Força Aérea americana em território russo, atendendo a um pedido insistente de Kiev. Essa decisão, divulgada pelo The Washington Post, marca um novo capítulo no envolvimento norte-americano no conflito.
A decisão de Biden surge após um ataque devastador de Moscou à infraestrutura elétrica ucraniano, que resultou em pelo menos cinco mortes e comprometeu cerca de 50% da capacidade de geração de energia do país. O ataque, que envolveu aproximadamente 120 mísseis e 90 drones, é considerado um dos mais significativos desde o início do conflito.
De acordo com o ministro da Energia da Ucrânia, o exército russo intensificou os ataques a instalações de geração e transmissão de eletricidade em diversas regiões do país. A operadora de energia DTEK anunciou a implementação de cortes emergenciais em várias áreas, incluindo as cidades de Kiev, Donetsk e Dnipropetrovsk. Odesa também foi severamente afetada, com interrupções no aquecimento e no fornecimento de água.
Segundo o Jornal Jovem Pan, outro fator que influenciou na tomada de decisão, foi o fato da Coreia do Norte, que enviou 10 mil oficiais e soldados do exército para Kursk, região russa que faz fronteira com a Ucrânia. Kim Jong-un busca fortalecer as forças russas, enquanto tenta reconquistar territórios que os ucranianos recuperaram nos últimos meses.
Essa movimentação acendeu alertas em Washington, levando o governo dos EUA a acelerar o envio de armamento avançado para equilibrar o cenário. Para conter avanços, Washington aposta em mísseis guiados supersônicos.
A mensagem de Washinton é clara: desmobilizar o apoio da Coreia do Norte à Rússia e proteger os avanços conquistados pelas tropas ucranianas
A Coreia do Norte, liderada por Kim Jong-un, tem ampliado seu apoio à Rússia, especialmente em regiões estratégicas próximas à Ucrânia. O envio de tropas do exército para Kursk destaca o comprometimento de Pyongyang em reforçar as forças russas, mesmo diante de tensões internacionais.
Além disso, o número expressivo de soldados deslocados pode transformar a dinâmica do campo de batalha, criando desafios ainda maiores para o exército ucraniano.
Por outro lado, os EUA enxergam os mísseis de longo alcance como uma resposta estratégica. Com um alcance de até 300 km, essas poderosas armas poderão neutralizar movimentos do exército norte-coreanos em solo russo.
Segundo fontes do The Washington Post, a intenção norte-americana é clara: desmobilizar o exército da Coreia do Norte à Rússia e proteger os avanços conquistados pelas tropas ucranianas. Essa escalada preocupa aliados europeus, mas fortalece a posição de Kiev.
A força do exército ucraniano com novos mísseis para combater os avanços russos e norte-coreanos
Com a permissão dos EUA, o exército ucraniano ganha uma nova ferramenta crucial para combater os avanços russos e norte-coreanos. Esses mísseis guiados supersônicos não apenas ampliam o alcance das forças de Kiev, mas também oferecem maior precisão em operações estratégicas.
Segundo analistas, essa decisão dos EUA representa um divisor de águas no conflito, especialmente para neutralizar tropas posicionadas em regiões sensíveis.
Kiev aguardava essa decisão há meses. Autoridades ucranianas reiteraram que esses armamentos do exército eram indispensáveis para equilibrar as forças no conflito.
Agora, com a autorização norte-americana, espera-se um impacto significativo nas próximas ofensivas, especialmente nas áreas controladas por tropas do exército russo e norte-coreanas. A reação russa ainda é incerta, mas a tensão aumenta.
Elon Musk e suas ironias sobre Zelensky
Enquanto o campo de batalha aquece, declarações polêmicas também ganham destaque. Elon Musk, empresário e dono da rede social X, ironizou publicamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após suas declarações sobre negociações de paz com a Rússia.
Afirmando que os EUA não podem forçar a Ucrânia a aceitar negociações, Zelensky destacou a soberania de seu país. Em resposta, Musk compartilhou uma provocação em tom humorístico, remetendo ao passado de comediante de Zelensky.
As declarações de Musk vieram após sua nomeação para liderar um novo departamento do governo Trump. O empresário, junto com Vivek Ramaswamy, comandará o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), focado em cortar gastos federais.
A proximidade de Musk com Trump levanta dúvidas sobre a postura norte-americana em relação ao apoio à Ucrânia. Esses comentários ampliam o desgaste entre Kiev e Washington.
The US cannot force us to "sit and listen" at the negotiating table.
We are an independent country,”
says Ukraine’s President Zelenskyy in Ukraine Radio interview. pic.twitter.com/Hexc2a6iEb
— Visegrád 24 (@visegrad24) November 16, 2024
O apoio alemão ao Exército da Ucrânia: Scholz reafirma compromisso
Mesmo sob pressão, a Alemanha reafirma seu apoio incondicional à Ucrânia. Olaf Scholz, chanceler alemão, garantiu que nenhuma decisão será tomada sem a participação de Kiev. Durante um discurso em Berlim, Scholz destacou que o exército da Ucrânia “defende sua independência e soberania de forma legítima”.
Esse posicionamento reflete o compromisso alemão de continuar como um dos principais fornecedores de armamento para exército de Kiev, logo atrás dos EUA.
O apoio de Scholz contrasta com as críticas que recebeu após uma conversa telefônica com Vladimir Putin. Durante o diálogo, o presidente russo insistiu em uma proposta de paz que incluísse o reconhecimento de territórios ocupados por Moscou. Scholz rejeitou a proposta, pedindo a retirada completa das tropas russas. O episódio alimentou críticas de aliados europeus, incluindo a Polônia.
Pressões internacionais e críticas polonesas
Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia, foi um dos mais enfáticos críticos de Scholz. Ele afirmou que “telefonemas não irão deter o exército de Putin”, destacando que o ataque russo da noite anterior foi um dos mais intensos desde o início do conflito.
A Polônia, vizinha da Ucrânia, defende ações mais concretas por parte dos aliados ocidentais, reforçando a necessidade de apoio militar contínuo.
A postura polonesa reflete a crescente preocupação com a eficácia da diplomacia frente à escalada de ataques russos.
Enquanto isso, a Alemanha tenta equilibrar seu papel de mediador e aliado estratégico, sem comprometer sua relação com outras nações europeias. O futuro da guerra depende, cada vez mais, de decisões tomadas fora do campo de batalha.
Envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia pelos EUA marca um ponto crítico na guerra contra a Rússia e seus aliados, como a Coreia do Norte
O envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia pelos EUA marca um ponto crítico na guerra contra a Rússia e seus aliados, como a Coreia do Norte. Com movimentos estratégicos sendo definidos em Washington, Moscou e Pyongyang, a escalada militar assume novas proporções.
No entanto, as reações variam. Enquanto Kiev celebra o reforço militar, críticas e tensões políticas ganham força no Ocidente. A guerra na Ucrânia deixou de ser um confronto armado e se tornou um tabuleiro de xadrez onde cada decisão pode mudar os rumos globais e o desfecho desse conflito mantém o mundo em alerta.