Rivais no setor militar e o tecnológico, os Estados Unidos e a China surpreendem ao buscar cooperação na exploração espacial. Em uma reviravolta nas relações, as autoridades chinesas abriram conversações com a NASA para permitir que cientistas americanos estudem as rochas lunares coletadas pela missão Chang’e-6. A sonda chinesa, que pousou na bacia do Pólo Sul-Aitken, trouxe amostras do lado oculto da Lua em junho, marcando um feito inédito e destacando o avanço do poder espacial de Pequim.
Segundo o administrador da NASA, Bill Nelson, o diálogo com a China sobre o empréstimo das rochas lunares “segue otimista” e conta com apoio de quatro universidades norte-americanas que já manifestaram interesse no material. “Estamos agora a passar por mais esclarecimentos”, afirmou Nelson, em tom de confiança. A intenção é aproveitar essa chance única para analisar elementos que podem apoiar futuras missões lunares e planos de extração de recursos para bases sustentáveis no satélite.
Essa abertura representa um movimento estratégico para ambos os lados. A China, que pretende pousar astronautas na Lua até 2030, aproveita a oportunidade para demonstrar liderança e colaboração científica global, enquanto os EUA, por meio do programa Artemis, buscam fortalecer seu retorno ao satélite nos próximos anos. Nelson, de olho em convencer os legisladores norte-americanos, garante que as negociações não coloquem em risco a segurança nacional.
Fonte: Espacio.tech